Sonata Nº 1, para violino e piano (1951), dedicada a Altéia Alimonda e Lydia Alimonda Haller
I. Andante con moto
II. Allegro moderato (Coco)
III. Allegro (Cabocolinhos)
Sonata Nº 2, para violino e piano (1978)
I. Allegro comodo
II. Recitativo
III. Scherzoso
Ludmila Vinecka, violino
Alda de Mattos, piano
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O período
transcorrido entre a composição da Sonata nº1, para violino e piano (Recife,
1951) e a Sonata nº2 (Rio, 1978) compreende vinte e sete anos. Enquanto a
primeira é muito contrapontada, a segunda assinala maior economia de meios,
grande simplicidade e — por que não dizê-lo? — comunicabilidade irrecusável.
Estas condições foram conseguidas não só em virtude de uma longa experiência
técnica como, também, pela circunstância do autor haver absorvido, mais
profundamente, as bases de material folclórico que pesquisou in loco nas
suas andanças por Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais e outros Estados. Aliás,
o compositor, que antes insistia no uso mais ou menos direto de constâncias
folclóricas, verificou, a partir dos Cânticos serranos nº2 (1976), para
canto e piano, que já deveria começar a superar o folclore, sem, contudo, abrir
mão dos seus objetivos nacionalizantes e sem descambar para o cosmopolitismo
ainda em voga. Mantém-se, portanto, na mesma posição de outrora, só que numa
outra fase. Se nesta Sonata nº2 a forma parece clara e o conteúdo mais
liberado, verdade é que inicia como se fosse mozartiana (…), para,
gradativamente, manifestar uma expressão que é particular do autor.
No
primeiro movimento, Allegro comodo, ocorre uma exposição bitemática. Mas
não há a parte central de ‘desenvolvimento’ de temas, e sim, uma representação
(com outro clima) do primeiro tema, ao qual se segue uma coda.
O
segundo movimento, Recitativo, é um solo inteiramente sobre a quarta
corda do violino, o executante podendo permanecer numa interpretação bem à
vontade, como ocorre nesta gravação. Ao atingir o ponto culminante da melodia,
o piano, com efeito do pedal, ataca rapidamente dois acordes que permanecem até
o final do movimento, enquanto o violino completa a melodia.
Uma
série de seções caracteriza o Scherzoso, movimento final. Além de
elementos do populário nordestino, há um momento em que o piano executa um
toque de viola rasqueada à maneira paulista, com ritmo e harmonia típicos de
São Paulo; não tanto de forma direta, mas sua essência, e seu ‘sotaque’, como
diriam os músicos do povo. Termina a obra uma reprodução do primeiro motivo do
movimento inicial, e que dá um caráter cíclico ao trabalho.
Como
foi dito antes, os Cânticos serranos nº2 abriram o caminho para esta
fase, que prossegue em Drummondiana (voz e orquestra), Roda de amigos
(orquestra de câmara), Prelúdios tropicais (piano), Lúdicas
(violão) e Sumidouro (voz e trio tardicional, sobre poesia de Olga Savary).
A
gravação da Sonata nº2 feita por Jerzy Milewski e Aleida Schweitzer nesta
gravação está ótima; sem dúvida, ideal.
Guerra-Peixe
Rio 1981
3 comentários:
Já peguei essas maravilhas aqui há alguns dias, mas esqueci de agradecer...valeu mesmo, sem voces para mostrar para a gente que temos no Brasil obras de alto nível e compositores idem, onde estaria a inspiração para a atual e também para a futura geração de compositores brasileiros?
Muito obrigado, Vivelo!
E já vou adiantando que em breve postarei um outro CD com mais peças do Guerra-Peixe pra violino e piano e algumas transcrições dele próprio para a formação.
Abraço!
Thank you for this great music!
I see tracks 1,2,3,10,11,12.
Would it be possible to post the other tracks, too?
Thank you!
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