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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Uma Idéia de Café - A Música para Piano de Armando Albuquerque (Celso Loureiro Chaves)



No meu primeiro contato com a música de Armando Albuquerque, através das gravações do cd "A Música de Porto Alegre - Erudito I", lá pelos 13 anos, minha reação imediata foi de repulsa. Especialmente àquela criança, soava algo bárbaro. Eram peças, em sua grande maioria, compostas naquilo que Celso Loureiro Chaves chama "estilo trepidante", todas muito curtas e notadamente agressivas. Todavia, sempre voltei a escutá-las e com o tempo já me atraíam, mas de modo peculiar, queria entendê-las, mas não fazia ideia de como. Recentemente, tive acesso a esse CD gravado pelo Celso, em que há uma amostra muito mais representativa da música de Armando. Ao escutá-lo, o que era repulsa acabou se transformando em fascínio. O lá insistente que abre a Evocação a Augusto Meyer me estremeceu à primeira audição. Atentem à incrível força expressiva dessa peça. Mas deixemos que fale o aluno, amigo e intérprete de Armando. O encarte incluído no arquivo traz excelentes informações e breves análises de cada uma das peças. Uma ótima audição!

Suite Bárbara Infantil (1944-46)
1 - Vivo
2 - Vagar
3 - Brutal
4 - Lento
5 - Bem ritmado (animado)
6 - Um pouco lento
7 - Pequeno Estudo e Fantasia

8 - Outono (1941)

Uma Idéia de Café
9 - Lento
10 - Semínima = 152
11 - Semínima = 100

Motivação (1945)
12 - Alegreto
13 - Alegreto mais animado
14 - Lento
15 - Também lento
16 - (Estudo) Alegro

17 - Tocata (1948)

Suite (infantil) 1952 (1952)
18 - Simples
19 - Marcha
20 - Valsa
21 - Dança (luta do si bequadro contra o si bemol. Quem vencerá? Veja no fim)

22 - Evocação de Augusto Meyer (1970)
23 - Sonho III (1974)
24 - Peça para Piano 1964 (1964)

Celso Loureiro Chaves, piano

mp3 + encarte/booklet (Português/English)
(Gentilmente cedido pelo Celso)


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Música de Porto Alegre - Erudito I


Este CD faz parte da série "A Música de Porto Alegre", da Prefeitura da capital gaúcha, que teve os volumes "As Origens", "Regional", "O Choro", e este que ora posto. O projeto teria 13 volumes, mas creio que acabou ficando por aí, após a mudança de gestão da Prefeitura. Uma pena. No arquivo para download incluí o encarte que acompanhava o CD. É certo que hoje já há pesquisas acadêmicas bem mais detalhadas e precisas do que as que serviram de base ao fascículo, mas não deixa de ser um valioso material. Como refere Flávio Oliveira no encarte "As músicas que aqui reunimos podem não ser as mais representativas do conjunto da obra de cada um dos compositores do período por nós arbitrado [1871-1935] mas, certamente, são uma referência concreta para um primeiro contato com sua linguagem'. A que se saiba essa foi a primeira gravação de obras de Murillo Furtado e Assuero Garritano. As duas gravações de Armando Albuquerque tocando suas próprias peças foram extraídas do LP "Mosso" de 1978. Atente-se para o fato de que a "Brincadeira de Pegar" de Luiz Cosme é na verdade uma versão para violino e piano da "Dança do Fogareiro", ambas presentes neste CD. Uma ótima audição! Desfrutem dessa pequena jóia!

Assuero Garritano

1 - Torre Feliz (texto de Ernani Fornari/1932)
2 - Novena à Senhora da graça - VII Canto (texto de Theodomiro Tostes)
Carla Maffioletti, voz
Elda Pires, piano

Luiz Cosme

Três Manchas, para piano (1931)
3 - Saci Pererê
4 - Canção do Tio Barnabé
5 - Dança do Fogareiro
Marcello Cazarré, piano

6 - Mãe dágua canta (1931)
7 - Oração à Teiniaguá (1932)
8 - Brincando de Pegar (1934)
Maly Weissemblum, piano
Marcelo Guerchfeld, violino

Murillo Furtado

9 - Coxilhas Verdes, modinha, op. 56 (texto de Lola de Oliveira/1920?)
Carla Maffioletti, voz
Elda Pires, piano

10 - Berceuse Orientale (Morceau Caracteristique), op. 39 (1909?)
Maly Weissemblum, piano
Marcelo Guerchfeld, violino

11 - Paisagem Mística, op. 38 (1909)
Elda Pires, piano

12 - Entrada (introito ad altare Dei), op. 69
Anne Schneider, órgão

Araújo Vianna

13 - Estudo de Concerto, em dó menor
14 - Estudo de Concerto, em sol bemol maior
Olinda Alessandrini, piano

15 - Amor (texto de Raymundo Monteiro)
16 - Ninna-Nanna, op. 16 (texto de D. Nino Roretti)

Adriana de Almeida, voz
Olinda Alessandrini, piano

Armando Albuquerque

17 - Uma idéia de café (1928)
Lento
Semínima = 152
Semínima = 100

18 - Seis impressões de 1928
I - Mancha
II - Alvorada
III - As tropas
IV - Ao herói
V - Marchando de noite no sertão
VI - Espanholada

19 - Motu nonperpettuum ou A mastigação do bárbaro ou cantilena - a mulher do bárbaro embalando o filho mas não se ouve porque ele mastiga muito forte (1928)
20 - Mosso (com mossidade, p.ex.: eu sou um homem mosso, i.e. na flor da idade/1928)
21 - Noite bárbara (1929)
22 - Chourâma (1929)
23 - Crepúsculo no mar (1933)

Celso Loureiro Chaves, piano

24 - Chopp (1929)
25 - Pathé-Baby (1926)

Armando Albuquerque, piano

Radamés Gnattali

3 Poemas de Augusto Meyer
26 - Violão (1931)
27 - Oração da estrela boieira (1931)
28 - Gaita (1932)
Carla Maffioletti, voz
Elda Pires, piano

29 - Batuque (1926)
Olinda Alessandrini, piano

João Schwarz Filho

30 - Tarantella, opus 11, para piano a 4 mãos (1913)
Maly Weissemblum e Cristina Gerling, piano

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Ernesto Nazareth por... ele mesmo!


Mal pude acreditar quando encontrei esses oito arquivos de gravações de 1912 (sim, 100 anos!), com Ernesto Nazareth e Pedro de Alcântara, para a Casa Edson, e desses quatro solos de piano de Ernesto para o selo Odeon. Para mim, não parece haver dúvidas de que seja o mesmo pianista nas duas gravações. Se é Nazareth, bem... acreditemos que seja.  Note-se que na gravação de "Favorito", pelos 2:16, quando termina a primeira parte da volta à seção A, Alcântara começa a repeti-la mas tem que mudar o rumo porque Nazareth começa a repetir a seção B antes de acabar, ficando a forma assim: AA'BB'ACC'ABB'AA'... É isso?

Gravações para "Discos da Casa Edson" Rio de Janeiro:

01 - Odeon (E. Nazareth)
02 - Favorito (E. Nazareth)
03 - Linguagem do coração (Joaquim Callado)
04 - Choro e poesia (Alcântara, Napoleão e Catulo)

Ernesto Nazareth, piano
Pedro de Alcântara, flautim

Gravações de 1930 para Odeon
05 - Nenê
06 - Turuna
07 - Apanhei-te cavaquinho
08 - Escovado

Ernesto Nazareth, piano


É hábito classificar Nazareth na categoria de compositor popular. Contudo, a análise de sua obra desmente o estabelecido. Qual seria então a causa da insistência?
Será decorrência da popularidade que alcançou? Não o cremos, pois popularidade não implica que o autor tenha sido compositor popular. Bastaria pensar em Schubert. [...] Poder-se-ia pensar no nome das danças: tangos, valsas, polcas, sambas, scottisches, quadrilhas. Mas o que dizer das danças estilizadas de compositores do Barroco? [...] Ou, quem sabe, limitações formais, falta de domínio da técnica de composição, vulgaridade, como em numerosos compositores amadores da época? Mas também neste terreno não se pode localizar uma possível resposta à indagação. Nazareth conhecia seu "métier" e dominava seu instrumento: o piano.
Temos a impressão de que a causa de resistência à classificação de Nazareth como compositor erudito está simplesmente nisto: ele não fez outra coisa senão música brasileira, mais especificamente carioca, em boa parte de sua obra. [...]
Em relação a Nazareth temos a opinião categórica de Darius Milhaud [...]: "É de lamentar que os trabalhos dos compositores brasileiros desde as obras sinfônicas ou de música de câmara, [...] sejam um reflexo das diferentes fases que se sucederam na Europa, de Brahms a Debussy, e que o elemento nacional não seja expresso de uma maneira mais viva e mais original. [...] Seria de desejar que os músicos brasileiros compreendessem a importância dos compositores de tangos, de maxixes, de sambas e de cateretês como Tupinambá ou o genial Nazareth".
Nazareth partiu do substrato popular e do estudo de compositores europeus, sobretudo Chopin. Não pôde viajar à Europa como seus renomados contemporâneos. [...} Nazareth não foi compositor popular. Suas obras são demasiadamente elaboradas. Corrigia-as meticulosamente. Não fazia música para o consumo imediato em bailes, festas, carnaval, boates. Não obstante, o povo, melhor, a alma popular, está presente em suas peças para piano. Diríamos que Nazareth conseguiu captar, em termos de alta criação artística, a essência de certos aspectos da alma popular, apesar do caráter erudito de sua obra. [...]
A obra de Nazareth exerceu notável influência na criação musical de numerosos compositores brasileiros do século XX. Sua música não tem, é certo, a envergadura da de Villa-Lobos. Seu campo expressivo é mais restrito. Dentro de seu âmbito, porém, dificilmente poderá ser superada e boa parte de suas composições têm um lugar definitivo na Música Brasileira. [...] Nazareth e Nepomuceno são verdadeiramente os fundadores da música erudita brasileira.

KIEFER, Bruno. História da música Brasileira. Porto Alegre, Movimento, 1977, p. 118-126

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Marijn Simons interpreta Villa-Lobos



Fantasia de Movimentos Mistos (1921), para violino e orquestra
01 I. Alma Convulsa
02 II. Serenidade
03 III. Contentamento

Sonata nº3 (1920), para violino e piano
04 I. Allegro non troppo
05 II. Allegro vivace scherzando
06 III. Molto animato e Final

Marijn Simons, violino
Orquesta Sinfonica Nacional de México (1-3)
Enrique Dimecke, regente (1-3)
Emil Holmström, piano (4-6)

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PS: Taí um bom motivo para crer que uma obra do Villa no ostracismo pode ser obra-prima (doido para ouvir Madona e Vidapura! Ninguém teria uma inesperada gravação?).

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Valsas de Esquina - Francisco Mignone



Aqui está uma compilação que fiz das doze valsas de esquina (pra mim são valsas melhores que as de grandes compositores europeus) a partir de downloads e pesquisas pela net. Bom proveito.

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