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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

NATAL: Obras do Museu da Música de Mariana



Obras anônimas e de Francisco da Luz Pinto (?-1865) e C. G. de Moura

Anônimo

1-36. Matinas de Natal

Francisco da Luz Pinto

37-66. Te Deum

C. G. de Moura

67-68. Hodie Christus natus est (Solo ao Pregador)

DOWNLOAD:

encarte (com todas as faixas e informações históricas)

CD

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Noturno Brasileiro (Marcus Llerena, violão)


Heitor Villa-Lobos


01 Sexteto Místico (1917)

César Guerra-Peixe

7 Lúdicas Para Violão e Cordas (1980)
02 I. Notas Repetidas
03 II. Organum Acompanhado
04 III. Diferencias Brasileñas
05 IV. Diálogo
06 V. Dança Negra
07 VI. Modinha
08 VII. Urbana

Ernst Mahle

Diálogo Para Violão e Cordas (1971)
09 I. Largo
10 II. Vivo

Marcus Llerena

11 Aurora - Impressões De Viagem (1978), para pequena orquestra

Marcus Llerena, violão
Orquestra Brasil Consort (faixas 2-10)
Jaques Morelenbaum, regência (faixa 11)

Citadela Classics

DOWNLOAD (link atualizado em 8/2/2011)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Francisco Mignone - Festa das Igrejas, Maracatú do Chico Rei (OSMG, Machado)


1 Festa das Igrejas

I. São Francisco da Bahia
II. Rosário de Ouro Preto - Minas
III. O Outeirinho da Glória - Rio de Janeiro
IV. Nossa Senhora da Aparecida - Aparecida

2 Maracatú de Chico-Rei
Bailado Afro-Brasileiro em 10 movimentos

I. Bailado
II. Chegada do Maracatú
III. Dança das Mucambas
IV. O Príncipe Dança
V. Dança dos 3 Macotas
VI. Dança de Chico - Rei e da Rainha N'Ginga
VII. Dança do Príncipe Samba
VIII. Dança dos 6 Escravos
IX. Dança dos Príncipes Brancos: Minuetto - Gavota
X. Dança Final


Orquestra Sinfônica de Minas Gerais
Coral Lírico da Fundação Clóvis Salgado
David Machado, regente

Coleção Alcoa de Música Erudita Brasileira

DOWNLOAD


Maracatú de Chico - Rei

A História do Brasil registra o caso de uma tribo africana aprisionada em sua terra e mandada num navio negreiro pro Brasil. Aqui, os componentes da tribo foram vendidos como escravos em Minas. Mas o rei da tribo, que recebera aqui o nome de Chico, conseguiu com o seu trabalho, alforiar-se. Continuou trabalhando e alforiou a sua mulher e juntos, continuaram libertando todos os membros restantes da tribo. Foram esses libertos, a tribo de Chico-Rei, que formaram em Ouro Preto, a confraria do Rosário, com seu trabalho e sem dinheiro. Nos dias de festas, festas sempre misturadíssimas de catolicismo e feiticismo africano, os negros vinham em cortejo, dansando (Maracatú se chama no Nordeste, a esses cortejos coreográficos) até a igreja. Na frente desta havia uma pia, aí deixando o ouro que servia para as despesas da construção. O bailado, baseado nessa tradição histórica, apenas modifica esse final da tradição, fazendo o ouro deixado nesse dia, servir para alforiar os seis membros da tribo, que ainda aparecem como escravos. Isso, permite ainda o aparecimento de dois personagens brancos (com o seu seguito) o que trará mais diversidade e permite o emprego episódico e descansante de música de caracter europeu.

Mário Morais de Andrade

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Almeida Prado - Obras para piano & piano e violino


01 Cartas Celestes I, para piano

O Rosário de Medjugorjie, para piano

1. Mistérios Gozosos
02 I. Anunciação do Anjo à Maria
03 II. Visitação
04 III. Natal
05 IV. Apresentação do Senhor
06 V. Jesus reencontrado no Templo

2. Mistérios Dolorosos
07 I. A agonia de Jesus no jardim de Gethsemani
08 II. Jesus é flagelado
09 III. Jesus e coroado de espinhos
10 IV. Jesus carrega sua cruz
11 V. Jesus morre na cruz
12 VI. Postlúdio - A descida aos infernos


3. Mistérios Gloriosos
13 I. Prelúdio - O arcanjo Miguel anuncia a Ressurreição de Jesus
14 II. Jesus, vencedor da Morte e senhor da Vida!
15 III. Jesus ascende em direção a seu Pai
16 IV. Jesus envia o Santo Espírito, Deus, Senhor, fonte da Vida e da Santidade
17 V. Jesus chama sua Mãe e a Virgem Maria ascende ao Paraíso com os anjos
18 VI. Jesus coroa sua Mãe, Rainha do Universo, da Paz, dos Anjos, dos Santos, dos Homens, Mãe da Igreja
19 VII. Postlúdio - Os Anjos anunciam a vinda de Maria a Medjugorjie Mir! (Paz!) Mir! (Paz!)


20 Sonata nº 3 para Violino e Piano

Luiz Senise, piano (faixa 1)
Elizabete Aparecida, piano (faixa 2-19)
Helenice Audi, piano (faixa 20)
Constança Almeida Prado, violino (faixa 20)

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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina


CD comemorativo dos 15 anos da orquestra

Camargo Guarnieri


01 Dança Brasileira
02 Dança Selvagem

Choro para Piano e Orquestra
03 I. Cômodo
04 II. Nostálgico
05 III. Allegro


José Siqueira

06 Cenas do Nordeste Brasileiro (Episódio Sinfônico)

Cyro Pereira

07 Gonzaguiana

Faixas 8-10: obra de Manuel de Falla, não disponibilizada no blog

Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina
Norton Morozowicz, regente

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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Estórias para voz, instrumentos acústicos e eletrônicos de Jocy de Oliveira


01 Estórias II (1967)
para voz feminina, percussão e fita

Rozalyn Wykes, voz
Rich O'Donnel, percussão
(Fita feita no "Electronic Music Studio of Washington University" de St. Louis, EUA)

02 Wave Song (1981) para piano e fita
(Colaboração com Ron Pellegrino)

Jocy de Oliveira, piano
(Fita feita por Ron Pellegrino no seu estúdio particular de música eletrônica em S. Francisco, EUA)

03 Dimensões para quatro teclados (1981)
(tocados por um só executante)

Jocy de Oliveira, piano elétrico, órgão elétrico, cravo amplificado e piano amplificado

04 Estórias IV (1981), para duas vozes femininas, violino eletrônico, baixo guitarra, percussão

Martha Herr, voz
Jocy de Oliveira, voz
Ayrton Pinto, violino eletrônico
Dodo Ferreira, baixo e guitarra
John Boudler, percussão

FIF
1981

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domingo, 16 de novembro de 2008

Luis Carlos Csekö

The composer L.C.Csekö has represented Brazil in experimental multimedia music, intermedia events in Europe and the USA. He is also a producer of events such as - INTERFACES (featuring his own work), MÚSICA DO SÉCULO 21 and MÚSICA, TECNOLOGIA & MULTIMEIOS/NuMExI-RJ - concerts with Brazilian composers and performers with a significant output. This activity is deeply concerned with the reaching and formation of lay audiences. Csekö is founder/executive director of the Núcleo de Música Experimental & Intermidia do Rio de Janeiro (NuMExI-RJ). 

In his own words: “…the interface of music, light and image is a basic characteristic of my oeuvre…my work is an assemblage of experimental music, visual and sonic intervention….by “assemblage of experimental music” I mean avant-garde procedures, deconstruction/construction of rhythms and styles, being them the typically Brazilian such as Batucada, Afoxé, Maracatu, Chorinho, Samba or Jazz and Rock´n Roll…the visual intervention consists of light, scenic and sonic design, the decoupage of the music gestural, movement, scene…the sonic intervention encompasses amplification, spatialization, propagation, acoustic processing….”  

In the field of Pedagogy he conducts the OFICINA DE LINGUAGEM MUSICAL - OLM (Music Language Workshop) throughout Brazil in the college circuit, cultural institutions, for professional, lay audiences and children. He created the OLM in 1970 to develop his research on the process of creation and contemporary experimental music as instruments of Education. A lecturer at the principal conferences and seminars in Brazil and author of several published articles in Music and Composition he teaches on a regular basis at Conservatório Brasileiro de Música/RJ, Funarte. 

L.C.Csekö was born in Salvador, Bahia/Brazil, 1945, studied music at Universidade Federal da Bahia, Universidade de Brasília and has a Master of Music, Composition degree from the University of Colorado at Boulder, Columbia University/NY. 

email: lcseko@uol.com.br telfax: (55) (21) 2558 4356 

Cd1

1. NOITE DO CATETE 2 

soprano lucila tragtenberg / amálgama eletroacústico 3:45

2. CANÇÕES DOS DIAS VÃOS 9 

clarinetas paulo passos/amálgama eletroacústico 6:25

3. AMBIÊNCIA 1

soprano margareth smith, celo daryl skoda, piano leighton james 7:34

4. CANÇÕES DOS DIAS VÃOS 4

percussão humberto fernandes/amálgama eletroacústico

5. CORDA BAMBA

barítono marcelo coutinho 6:18

6. NOITE DO CACETE 5

berimbaus, percussão joaquim abreu/amálgama eletroacústico

TODAS AS OBRAS COM LIGHT/SCENIC/SONIC DESIGN DE L.C.CSEKÖ

CD2

1. CANÇÕES DO ALHEAMENTO 8

guitarras Aloysio Neves/amálgama eletroacústico 5:40

2. AMBIÊNCIA 2

percussão solo joaquim abreu orquestra sinfonia cultura de são paulo
regente lutero rodrigues 7:30

3. AZUL ESCURO

clarineta paulo passos piano sara cohen 7:04

4. DER EPILOG

minessota composers forum choir/texto günther grass 7:49

5. METÁLICA 

Trombone baixo luis pereira/quinteto de metais brasil 8:45

6. NOITE DO CATETE 1

violões luis carlos barbieri/amálgama eletroacústico fragmentos:
"delicado"/jacob do bandolim, "gente humilde"/garoto 4:55

7. NOITE DO CATETE 3

pianos sara cohen/amálgama eletroacústico 5:06


TODAS AS OBRAS COM LIGHT/SCENIC/SONIC DESIGN DE L.C.CSEKÖ


Cd 1

Cd 2

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Claudio Santoro - Sinfonia nº5 (1955)


Sinfonia nº5 (1955), para orquestra

I. Andante - Allegro Moderato - Andante
II. Allegro Molto
III. Tema Variante
IV. Moderato


Orquestra Sinfônica Brasileira
Claudio Santoro, regente

Selo "FESTA"
1999

Gravação ao vivo, realizada em 28 de setembro de 1958, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro

DOWNLOAD (link atualizado em 17/11/2008)

Das obras de Cláudio Santoro já executadas, a sinfonia nº 5 é a que traduz a mais completa radicação do compositor no nacionalismo folclórico. Esse aspecto acusa-se, de modo especial, na plasticidade que se lhe observa quanto a maneira como procede na adaptação dos próprios recursos de expressão a natureza do código estético pelo qual se orienta. Em consequência, pode-se falar da sinfonia n°5 como sendo uma estaca mestra na evolução do compositor. Ela encerra a fase de aclimação de Cláudio Santoro ao nacionalismo e inaugura a de superação das pesquisas e experiências. É obra que representa penetrando, conscistente, na idade adulta como músico nacionalista.

1º movimento: ANDANTE - ALLEGRO MODERATO - ANDANTE. Dois temas alimentam a estruturação musical, que é vazada no Andante por fragmentos que se acumulam emergindo das cordas e toma corpo, integralmente, ainda nas cordas, penetrado de um sabor expressivo antes lírico. 0 segundo tema surge no Allegro Moderato. É igualmente reproduzido pelas cordas, em uníssono e diferenciado do primeiro por um caráter mais enérgico, embora guardando com ele uma relação intima. No Andante conclusivo o primeiro tema volta a aparecer na forma original e com os mesmos distintivos de expressão.
É esta a parte da obra mais exaustivamente trabalhada concebida com pormenorização, porém sem gastos inúteis. Tudo concorre para comunicar-lhe um belo equilíbrio arquiteturial. É um legítimo movimento de sinfonia. Dele o primeiro movimento da sinfonia nº5 possui a força e dignidade características.

2º movimento: ALLEGRO MOLTO. Aqui tem-se o "scherzo" da sinfonia. Impelido por um dinamismo transbordante, nele se entremeiam ritmos de danças brasileiras contendo alusão a uma festividade popular em pleno desenvolvimento. Uma fanfarra precede o episódio das danças, como que prenunciando com sonoridades apropriadas o ambiente de vibração em que elas irão se desenrolar. 0 elemento folclórico, se bem que pronunciando, perde a agressividade por efeito do tratamento a ele dispensado e tendente a incorpora-lo a trama musical como fator construtivo, apesar de condicionado a qualidade de agente de evocação. Num clima de forças emocionais manifestando-se sob a ação estimulante da dança, termina o "scherzo".


3.° movimento: TEMA VARIANTE. Corresponde este movimento a uma verdadeira noturnal negra, pois está impregnando de reminiscências africanas ganhando projeção no do cerimonial fetichista. 0 tema é um autêntico "ponto de xangô", assinalado pelo violino solista em toda a sua estranha e misteriosa beleza. Sobre êle o compositor constrói uma curta série de variações que antes são ligeiras modificações do tema que variações no sentido consagrado do termo e alcançando as camadas profundas do tema. O cunho de invocação mágica que se define no tema é realçado com insistência e habilidade, o que empresta um atrativo suplementar ao trecho. Um "fugato" de efeito irresistível põe em circulação um segundo motivo temático, que contraponta o primeiro em engenhosas combinações e chega a desempenhar papel destacado na urdidura musical.


4.° movimento MODERATO. Toda a eloquência dramática de que é capaz o compositor dir-se-ia que ele a havia reservado para esta oportunidade. 0 trabalho de estruturação, tendo por pretexto um único tema, no tocante á concepção instrumental desenrola-se em sonoridades orquestrais opulentas alternando com uníssonos, também eles, de uma veemência quase teatral. A certa altura, um soberbo cânone a 3 vozes, do qual participam trombones, cordas e madeiras, faz-se ouvir. Depois, a dramática progressão da linha musical avoluma-se á medida que se aproxima da Coda, quando surge, o tema "scherzo", já agora tratado por aumentação e dando lugar a um trabalho de contraponto muito cerrado e valendo pela declraçáo de eruditas preocupações.

A Sinfonia nº5 foi pela primeira vez executada no Rio de Janeiro, em 1956, pela Orquestra do Teatro Municipal, sob a regência do autor.

AYRES DE ANDRADE

sábado, 8 de novembro de 2008

MARLOS NOBRE: Peças para Piano, 1.ª parte




Marlos Nobre (1939-)

Peças para Piano

1. Homenagem a Ernesto Nazareth

2. Nazarethiana

3. 1.º Ciclo Nordestino
I. Samba Matuto
II. Cantiga
III. É Lamp
IV. Gavião
V. Martelo


4. 2.º Ciclo Nordestino
I. Batuque Duration
II. Praiana
III. Carretilha
IV. Sêca
V. Xenhenhém


5. 3.º Ciclo Nordestino
I. Capoeira
II. Côco I
III. Cantiga de Cego
IV. Côco II
V. Candomblé

6. Tocatina, Ponteio e Final

7. Tema e Variações

8. 16 Variações sobre tema de Fructuoso Vianna

9. Homenagem a Arthur Rubinstein

10. Tango

11. Frevo

12. Sonata Breve



1 : Marlos Nobre, piano
2-9: Roberto Szidon, piano
10-12: Clélia Iruzun, piano

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Almeida Prado - Obras orquestrais



01 Sinfonia Unicamp (1976), para orquestra

I. Pórtico I
II. Ciências
III. Artes
IV. Humanidades
V. Pórticos

Orquestra Sinfônica de Porto Alegre
Roberto Duarte, regente

02 Sabiá - Monumento em memória de Carlos Gomes (1977), para orquestra

I. Pedestal
II. Guirlandas
III. Ode Noturna
IV. Discurso
V. Memorial

Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas
Benito Juarez, regente

03 Crônica de um dia de verão (1979), para clarinete e o orquestra

I. Matinal
II. Solar
III. Crepuscular
IV. Noturnal

Roberto Pires, clarinete
Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas
Benito Juarez, regente

04 Concerto para flauta e cordas (1981)

I. Magique
II. Récitatif-fantaisie
III. Avec joie, rapide... et aussi de l'humor
IV. Comme un appel lointain
V. Magique

Alexandre Magnin, flauta
Orchestre de chambre de Zurich
Edmond de Stoutz, regente

05 Arcos Sonoros da Catedral Anton Bruckner - Meditação Sinfônica (1996), para orquestra

Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas
Benito Juarez, regente

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sábado, 1 de novembro de 2008

OSVALDO LACERDA: Piano Brasileiro






Osvaldo Lacerda (1927-)

Isabel Mourão, piano




Este post é uma contribuição da Prof.ª Dr.ª Magali Kleber, Universidade Estadual de Londrina.

domingo, 26 de outubro de 2008

Harry Crowl - Concerto para violino, 12 instrumentistas e soprano


01 Concerto para violino, 12 instrumentistas e soprano (1988)

I. Introdução com cadência
II. Ária (In Memoriam Carlos Drummond de Andrade) Solo soprano
III. Antífonas
V. Cadências II
VI. Conclusão


02 Memento Mori (1987), oratório para vozes solistas e conjunto de câmara, sobre texto de Affonso Ávilla

I. Introdução: conjunto instrumental
II. Recitativo a 3: Soprano. Barítono, Narradora, Percussão e Violoncelo
III. Ária a 5: Quinteto de Flautas doce, Cravo e Percussão Recitativo: Soprano, Viola e Violão.
IV. Ária a duo: Soprano, Barítono, Violoncelos I e II, Glöckenspiel e Órgão (Attacca)
V. Recitativo: Narradora e formação da Ária a duo.
VI. A due cori: Soprano e conjunto instrumental
VII. Postludium: Órgão solo e conjunto instrumental

Hariton Nathanailidis, violino (faixa 1)
Lucila Tragtenberg, soprano
Camerata Philharmonia
Sérgio Dias, regente

DOWNLOAD (link atualizado em 12/3/2012)


(...)
Wellington Bujokas - E nesse tempo que passou em Ouro Preto, quais seriam as obras mais significativas no desenvolvimento dessa linguagem? Como foi o caminho que se foi abrindo após a Aluminium sonata?

Harry Crowl - Memento Mori (1987), Concerto para violino, 12 instrumentistas e soprano (1988), Finismundo (1991), Sinfonia nº1 (1990-91), Canticae et Diverbia, Jeremia Propheta: Uma Epígrafe (1992), Na perfurada luz, em plano austero (1992-93), Umbrae et Lumen (1993). (1989),

Memento Mori, um oratório para solistas e conjunto instrumental, é uma composição muito significativa para mim. Foi baseada no texto Barrocolagens, de Affonso Ávila. Em janeiro de 1987, estava em São Paulo para o 1º. Congresso Brasileiro de Musicologia Histórica, para apresentar um trabalho sobre a Missa e Credo para coro e órgão, de 1826, de Jerônimo de Souza Queiroz (17?-18?), que eu tinha restaurado a partir dos manuscritos existentes na Coleção Curt Lange, em Ouro Preto. Não conseguia parar de pensar nas características muito peculiares da música feita em Minas nos século XVIII e XIX e em como poderia transpor isso de alguma maneira para um universo contemporâneo sem parecer uma tentativa de recriação do passado, como alguns compositores neoclássicos já tinham feito, inclusive Stravinsky. Ao conversar com o colega, hoje regente e musicólogo, Sérgio Dias, que na época dirigia um grupo de música antiga voltado para a interpretação de obras basicamente medievais, renascentistas e barrocas da primeira fase, em Niterói, ele me sugeriu que escrevesse uma obra para o seu grupo, o Philharmonia Antiqua. Quando ele me descreveu a instrumentação e falou da possibilidade do uso de cantores, fiquei transtornado coma idéia. Um dia, já de volta a Ouro Preto, folheando algumas Revistas "Barroco", me deparei com o texto Barrocolagens, de Affonso Ávila, que me pareceu perfeito para uma obra atemporal de inspiração barroca. O texto já uma colagem de vários poetas portugueses, brasileiros e espanhóis dos séc. XVII e XVIII. No poema, o autor procura fazer uma leitura atemporal de Salvador. No caso da minha obra, procurei fazer uma leitura lúdica do cotidiano colonial sem especificar exatamente o lugar. O aspecto da teatralidade, associado à religiosidade sincrética, é ainda bem peculiar do interior do Brasil e esses são os elementos mais evidentes na peça. É uma mistura de ópera, pelo aspecto um tanto dramático, com oratório e cantata. Há uma adaptação bem livre da idéia de alternância entre recitativo e ária presente em obras do séc. XVIII e, na época, estava às voltas com reconstituição da Oratório ao Menino Deus para a Noite de Natal, de Ignácio Parreiras Neves (173?-179?).

Outras obras importantes obras suas que se seguiram a Memento Mori também se utilizavam canto, como o Concerto para violino, 12 instrumentistas e soprano, de 1988, e Finismundo, de 1991-92, sobre a obra homônima do Haroldo de Campos. Enquanto em Finismundo a teatralidade e um aspecto lúdico têm grande importância, o concerto, apesar de ter uma certa leveza, já é obra mais dramática, inclusive na homenagem a Drummond. A decisão de escrevê-las está ligada aos resultados de Memento Mori?

O Concerto para violino, 12 instrumentistas e soprano, de 1988, foi uma conseqüência direta do Memento Mori. Fiquei muito satisfeito com o resultado sonoro da obra anterior e queria explorar a idéia de um concerto para violino acompanhado por um conjunto de música antiga. Nunca tinha ouvido falar em nada parecido. O concerto segue uma estrutura semelhante à de uma suíte. Há a participação da voz de soprano que canta em vocalise, na maior parte do tempo, com exceção do momento em que se torna solista juntamente com o violino. Nesse momento, o pequeno poema Memória, de Carlos Drummond de Andrade é introduzido como uma homenagem ao poeta, que falecera naqueles dias em que trabalhava na composição da obra, em 1988. Quando estive na Europa pela primeira vez, em 1993, no festival de Dartington, Inglaterra, mostrei o concerto para vários colegas compositores de diferentes países e eles ficaram perplexos com a obra. O compositor dinamarquês Mogens Christensen, que trabalhava em Bergen, na Noruega, na época, chegou a levar o concerto para lá e posteriormente, me pediu todo o material para que o violinista espanhol Ricardo Odriozola pudesse executa-lo. O projeto só não aconteceu por que não conseguiram juntar todos os instrumentistas lá na Noruega, na época. A esposa do compositor, Helle Kristensen, é uma excelente intérprete de flauta doce, especializada em repertório contemporâneo e ficou fascinada com o uso do conjunto de flautas no concerto. Em 1994, escrevi para ela a obra Revoada, que foi gravada no CD dinamarquês "Birds of the Night". Muito tempo depois, ouvi o Concerto para violino e orquestra, de György Ligeti, escrito entre 1990 e 92. Nesse concerto, há o uso de ocarinas e flautas-doce, tocadas pelas madeiras da orquestra, no segundo movimento. Achei curioso o fato de alguns críticos dizerem que era uma coisa única e inédita. Em 2004, assisti a uma apresentação desse concerto ao vivo, em Berna, na Suíça, durante o World Music Days, onde estava como delegado brasileiro, e no programa diziam a mesma coisa. Não quero fazer comparações, pois no caso de Ligeti, ele queria estas sonoridades específicas, pois estava trabalhando com sistemas distintos de afinação. No meu caso, simplesmente tirei proveito do conjunto que tinha à minha disposição.

(...)

Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui.

domingo, 19 de outubro de 2008

Gilberto Mendes - Chamber Music (The Spectra Ensemble, Rathé)


1. Qualquer Música (1980), para conjunto de câmara

2. Saudades do Parque Balneário Hotel (1980), para sax-alto e piano

3. Claro Clarone (1988), para clarone

4. Ulysses em Copacabana surfando com James Joyce e Dorothy Lamour (1988), para conjunto de câmara

5. Um Estudo? Eisler e Webern Caminham nos Mares do Sul... (1989), para piano

6. Longhorn Trio (1983), para trompete, trombone e piano

7. Motetos à Feição de Lobo de Mesquita (1975), para voz, oboé, violoncelo e cravo

8. The Sentimental Gentleman of Swing Revisited (1994), para conjunto de câmara

The Spectra Ensemble
Filip Rathé, regente

Voxtemporis Productions
1996

DOWNLOAD:
Parte 1
Parte 2

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

BAMBAMBULÊLÊ: Coro Infantil do Rio de Janeiro


Obras para Coro Infantil de José Viera Brandão, Ricardo Tacuchian, Mario Ficarelli, David Korenchendler, Denise Mendonça, Marcos Leite, Oscar Torales, Edino Krieger, Ernani Aguiar, Ronaldo Miranda, Osvaldo Lacerda, José Siqueira, H. Villa-Lobos.
Arranjos de Elza Lakschevitz e César Guerra-Peixe.

Elza Lakschevitz, regência

DOWNLOAD (link atualizado em 8/4/2015)

Este post é uma contribuição da Prof.ª Dr.ª Magali Kleber, Universidade Estadual de Londrina.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Villa-Lobos - Yerma

YERMA (1955-1956)
ópera em três atos

Libreto baseado na obra de Federico García Lorca

Local: Sul da Espanha, próximo de Granada

Personagens por ordem de entrada:

Yerma: Aurea Gomes (soprano)
Juan: Benito Maresca (tenor)
Maria: Ruth Staerke (soprano)
Victor: Carmo Barbosa (barítono)
1ª velha: Diva Peranti (soprano)
2ª velha: Angela Barros (mezzo-soprano)
3ª velha: Conceição Gonçalves (mezzo-soprano)
4ª velha: Antonieta Panfili (soprano)
5ª velha: Silea Stopatto (mezzo-soprano)
6ª velha: Raquel Calazans (mezzo-soprano)
2ª moça: Iara Abreu (mezzo-soprano)
1ª moça: Lahia Rachid (soprano)
1ª cunhada: Ivanesca Duarte (soprano)
2ª cunhada: Geisa Vidal (mezzo-soprano)
1ª mulher: Celia Coutinho (soprano)
2ª mulher: Angela Barros (mezzo-soprano)
Fêmea: Creusa Kost (mezzo-soprano)
1º homem: Zacharia Marques (tenor)
2º homem: Ataíde Beck (barítono)
Macho: Renato Roné (barítono)

Direção: Adolfo Celi
Cenários: Marcos Flaksman
Figurinos: Kalma Mutinho
Coreografia: Dennis Gray

Orquestra Sinfônica, Coro, Coro Infantil e ballet do Teatro Municipal do Rio de Janeiro

Regência: Mario Tavares

1ª apresentação brasileira realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1983

DOWNLOAD:
Ato 1
Ato 2
Ato 3

Obs.: a gravação aqui postada foi retira de fita de rolo, e sua qualidade não é, obviamente, a ideal. Ainda assim é uma chance de conhecer a ópera do Villa.

domingo, 5 de outubro de 2008

Cia Bachiana Brasileira - Brasil a quatro vozes


Quadro 1 - Música Indígena

Sérgio Vasconcellos-Corrêa
01. Moacaretá

Odemar Brígido
02 Canto de Inhuma

César Guerra-Peixe
Série Xavante
03 I. Ritual da perfuração da orelha
04 II. Canto das moças
05 III. Canto dos rapazes
06 IV. Corrida do buriti


Quadro 2 - Música Sacra

Ernani Aguiar
07 Psalmus CL (Salmo 150)

Luciano Mendes Lima
08 Ave-Maria

Henrique de Curitiba
09 Aleluia, Paz na Terra


Quadro 3 - Música Negra

Carlos Alberto Pinto Fonseca
10 Ponto de Oxum-Iemanjá

Sérgio Vasconcellos-Corrêa
11 Orubá-Orubá

Marlos Nobre
12 Agô Lonâ


Quadro 4 - Poema Musical

Ernst Mahle
13 A Arca de Noé, sobre poema de Vinícius de Moraes

Renée de Oliveira, soprano (faixas 3-6)
Maria Helena Nunes, contralto (faixas 3-6)
Companhia Bachiana Brasileira
Ricardo Rocha, regente


quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Harry Crowl - Obras para solista e orquestra


01 Concerto para sax soprano e orquestra de cordas (1983)
Rodrigo Capistrano, sax
Orquestra Filarmônica da UFPR
Denise Mohr, regente

02 Cinco Epígrafes para Trompa e Orquestra de Cordas (1996)
Leandro Teixeira, trompa
Orquestra de Câmera da Cidade de Curitiba
Lutero Rodrigues, regente

03 Diálogos do Vento (2000), para harmônica de boca e orquestra de câmera

Ronald Silva
, harmônica de boca
Orquestra de Câmera de Blumenau

Daniel Bortolossi
, regente

04 Concerto para oboé e orquestra de cordas (2001)

Lúcius Mota, oboé
Orquestra de Câmera da Cidade de Curitiba
Ernani Aguiar
, regente

05 Concerto no.2 para flauta e orquestra de câmera (2001-02)

Cássia Carrascoza, flauta
Orquestra Sinfônica do Paraná
Iris Leong, regente

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O Concerto para oboé foi escrito para o oboísta Lúcius Mota, de Tatuí, mas também para a Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba... O Concerto nº2 para flauta foi escrito e estreado pela Orquestra Filarmônica da UFPR e o flautista paranaense Fabrício Ribeiro. Nessas obras, há um elemento de perda, algo um tanto elegíaco.

Harry Crowl

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Harry Crowl - Sinfonias 1, 3 e 4


01 Sinfonia nº1 'Concerto Harmônico' (1991) para banda sinfônica

Banda Sinfônica do Estado de São Paulo
Roberto Farias, regente

Sinfonia nº3 (2006) para 8 violoncelos
02 I. Com intensidade
03 II. Moderadamente
04 III. Meio estático
05 IV. Piu mosso
06 V. Lento e misterioso

Ensemble Violoncelissimo
Dorel Pascu-Radulescu, regente

Estréia mundial no Festival “Meridian”. Bucareste, 8/12/2006

Sinfonia nº4 (2007) para 24 flautas
07 I
08 II
09 III

Orchestre de Flûtes Français

Alain Biget, regente

Estréia mundial, Salle Cortot. Paris, 14/02/2008

Download:

Sinfonia 1
Sinfonias 3 e 4

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Wellington Bujokas - Outra obra importante do mesmo ano é sua primeira sinfonia. Da mesma forma que Finismundo, ela parece exalar uma certa alegria, embora aqui de uma maneira muito delicada.

Harry Crowl - Conheci o trabalho da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo em 1989, através do flautista Aldo Barbieri que tocava lá na época. Ele me apresentou ao Roberto Farias que estava justamente fazendo um trabalho muito interessante com obras inéditas. Ele já tinha encomendado obras ao Ronaldo Miranda e ao Mário Ficarelli, além de ter apresentado a Sinfonia em Mi bemol para sopros do Hindemith. Quando vi a banda fiquei absolutamente fascinado. Aquele conjunto enorme com 8 flautas, 16 clarinetas, percussão a vontade, piano,celesta, harpa, etc. Tudo a que tinha direito! E o Roberto Farias me deu a maior corda. Durante um ano, não fiz muita coisa a não ser pensar na sinfonia para banda. Fiquei pensando em como escrever algo que não fosse uma simples adaptação da orquestra sinfônica para a banda, mas algo que soasse novo, como uma verdadeira orquestra de sopros e percussão ampliada por teclados e contrabaixos. (...) Na época, estava bem interessado nas técnicas utilizadas por Messiaen, na Sinfonia Turangalîla, por Lutoslawski, na Sinfonia nº3, e por Villa-Lobos, no Choros nº8. Pensei em fazer a obra como um espelho, ou seja, relacionando as 7 partes da seguinte maneira: 1-7; 2-6, 3-5, 4. Porém, a idéia de escrever uma obra formalmente previsível me apavorava também, pois queria trabalhar com uma estrutura não linear. Portanto, utilizei, acho que pela única vez, a idéia de ritmos retrogradáveis e não retrogradáveis, simétricos e assimétricos e de uma certa maneira, mantive nas relações entre os movimentos os ritmos espelhados. De qualquer maneira, o que acabou predominando foi o aspecto dramático da obra, em que vários "flashes", ou lampejos, aparecem em seções como o Noturno (2), para 8 saxofones, piano, tímpanos e contrabaixos ou, no Moderato (3), onde uso 2 flautins, 3 oboés, corne inglês, 3 fagotes, ampla percussão com 5 executantes. A nº4 é a mais estática de todas as seções, inclusive é esse o nome do andamento. Nesta seção, utilizo um sintetizador com indicações de um timbre aveludado e outro brilhante, que não imitem instrumentos que já existam. O que provou ser uma complicação, porque o intérprete sempre entendia que eu queria um órgão. Na 5ª seção, escrevi algo meio parecido com um "scherzo" para harpa com todos os teclados e percussão, com incursão de 4 saxofones para lembrar a 2ª seção. A 6ª seção se relaciona com a 2ª através do caráter contemplativo do quarteto insólito formado pelo oboé, bombardino, tuba e harpa. Voltando um pouco ao 2ª movimento, naquele Noturno de alguma maneira, quis descrever a paisagem que via da janela da minha sala em Ouro Preto, que é um lugar extremamente acidentado e, à noite, via do ponto mais baixo da cidade, onde morava, as luzes de algumas casas e as igrejas como se estivessem penduradas no espaço. Já a 5a. seção é o trânsito de São Paulo para voltar à quietude das montanhas na 6ª seção. A 3ª seção é uma imagem de como o som da charamelas reais deveria ser, com predominância de palhetas duplas e percussão. Na última seção, o tema do início, nas trompas volta, só que num andamento mais acelerado depois de um coral no metais, que é uma homenagem ao compositor americano Carl Ruggles, contemporâneo de Ives, que escreveu as obras Men and Mountains e Sun Treader, para orquestra, e faz um uso dos metais em coral com uma sonoridade um tanto rústica.

E há algum razão especial para ter decidido por essa forma espelhada?

O uso da forma espelhada foi uma maneira que pensei para que a obra, que dura mais ou menos 35 minutos, mantivesse uma unidade. Do ponto de vista ideológico, achei que se Messiaen tomou emprestado de Villa-Lobos o efeito do tantã, que também uso para finalizar a sinfonia, eu poderia também pegar emprestado dele essa técnica dos ritmos. Porém, as semelhanças da Sinfonia nº1 com a Turangalîla são muito longínquas. O pensamento de Messiaen é linear, e ele estava mais preocupado com questões filosóficas.

(...)


Para ler a entrevista completa, clique aqui

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Harry Crowl - Obras Orquestrais


01 Icnocuícatl (1995, revisão 1998), para orquestra de câmara [mp3]
Orquestra de Câmera do Conservatório Bruckner (Linz, Áustria)
Norbert Girlinger
, regente

02 Sicut erat in principio (1998), para orquestra [mp3]
Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas
Karl Martin, regente

03 Aetherius (2002), para orquestra de cordas [mp3]
Orquestra UNISINOS
Roberto Duarte
, regente


04 De Fluminibus, 4 reflexões sobre rios (2006) para orquestra de cordas [mp3]
I. Rios Imaginários
II. Assoreamentos
III. Rios Furiosos
IV. Rios Ausentes
Orquestra de Câmara da Rádio Romena
Christian Brancusi, regente


(...)


Wellington Bujokas - A decisão de se estabelecer em Curitiba, em 1994, bem como a atração por regiões frias que você freqüentemente comenta em nossas conversas, sobretudo no interesse pelo norte e leste europeu, me parecem moldar aos poucos uma certa “estética do frio”. Como você já afirmou, as imagens externas são cada vez mais importantes enquanto motor de sua escrita — embora elas já estivessem presentes há muito tempo no seu trabalho. Da mesma forma, são parcas, na sua escrita, as sugestões a uma ação contínua que pudessem indicar direcionamento ou mesmo desenvolvimento, e a tensão tem uma tendência à estática. Por fim, você se aproximou da poesia simbolista, e obras mais recentes, como o Concerto para oboé e cordas (2001), o Concerto nº2 para flauta e orquestra de câmara (2002), Aetherius (2002), e De Fluminibus (2006), não têm o mesmo colorido orquestral que a Sinfonia nº1 e o Icnocuícatl (1995). Seria pertinente falar em uma "estética do frio"?

Harry Crowl - A sua observação é muito interessante, mas nunca pensei necessariamente numa "estética do frio". Como nasci e cresci numa região montanhosa, o frio sempre fez parte da minha vida e físicamente, sempre me senti melhor no frio que no calor. Talvez, por isso sempre tenha olhado para a idéia do país tropical com uma certa desconfiança, embora sinta também muita atração pelas cores vivas e intensas das regiões quentes. Em Curitiba, mergulhei num universo mais intimista e passei a ter acesso a intérpretes e grupos musicais mais próximos de mim. Quando vivia em Ouro Preto, não tinha qualquer músico à minha volta. Quase não tinha com quem falar do meu trabalho, o que muitas vezes me levava a um estado depressivo. Em Curitiba, apesar dos senões freqüentemente colocados por nativos e alguns forasteiros, encontrei um local de trabalho perfeito, onde posso interagir com meus pares na medida da minha necessidade.

O Concerto para oboé foi escrito para o oboísta Lúcius Mota, de Tatuí, mas também para a Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba. Aetherius foi escrito para a Orquestra Sinfônica da USP. De Fluminibus, para um concurso de composição em Belo Horizonte e o Concerto nº2 para flauta foi escrito e estreado pela Orquestra Filarmônica da UFPR e o flautista paranaense Fabrício Ribeiro. Nessas obras, assim como em Icnocuícatl, há um elemento de perda, algo um tanto elegíaco. Aetherius faz referencia à morte do meu primo Erich Mathias, que era um cientista político envolvido com questões do terceiro mundo. Éramos um tanto como irmãos e tínhamos idade bem próxima. Quando vivi nos EUA, morei na casa da minha tia, e tínhamos uma convivência constante. Ele sempre vinha ao Brasil me visitar. Ele morreu num inexplicável acidente de carro chegando a Iowa City, depois das festas de ano novo, em 1999. Foi uma época complicada de minha vida, mas que pude superar numa boa por que o mundo à minha volta me apoiava. Sentia-me como se Curitiba tivesse sido sempre a minha cidade. Rapidamente, comecei a absorver os elementos à minha volta, sem esquecer naturalmente, a experiência anterior.

(...)

Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Camargo Guarnieri - Música para violão



01 Estudo nº1 (1958)*
02 Estudo nº2 (1982)
03 Estudo nº3 (1982)
04 Ponteio (1944)
05 Valsa-Choro nº1 (1954)
06 Valsa-Choro nº2 (1986)

Flavio Apro, violão
Manuel Barrueco, violão *

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Obs.: salvo o Estudo nº1, as gravações aqui postadas foram gentilmente cedidas pelo violonista Flavio Apro.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Guerra-Peixe - Música de Câmara



Trio para piano, violino e violoncelo (1960)
01 I. Allegro Moderato
02 II. Andante
03 III. Vivace

Duo para flauta e violino (1947)
04 I. Allegro
05 II. Lento
06 III. Presto

Quatro coisas para piano e harmônica de boca (1987)
07 I. Prelúdio
08 II. Movimentação
09 III. Interlúdio
10 IV. Caboclo de Pena

Duo para clarineta e fagote (1070)
11 I. Allegro
12 II. Vivacissimo
13 III. Andante
14 IV. Allegro

Sumidouro (1980), 'Cantoria para violino, violoncelo, piano e barítono, sobre poesia de Olga Savary'
15 I. Noite-Dia (Pitúna-Ára)
16 II. Itinerante (Nuvem)
17 III. Interlúdio (Instrumental)
18 IV. Sumidouro

Ricardo Amado - violino
David Chew - violoncelo
Ruth Serrão - piano
Pauxy Gentil-Nunes - flauta
Rildo Hora - harmônica de boca
José Bothelho - clarineta
Noël Devos - fagote
Inácio de Nonno - barítono

RioArte Digital
1996

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quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Ópera Brasileira em Língua Portuguesa


Faixas:



MANOEL JOAQUIM DE MACEDO (1847-1925)
libreto: Augusto de Lima

01. “Ora, ouvi-me...”
(Ária de Tiradentes, da Ópera Tiradentes)

02. “A comoção traiu o meu afeto...”
(Ária de Marília, da Ópera Tiradentes)


BARROSO NETO (1881-1941)
música e libreto

03. Romance de Nair
(da Mágica A Rainha da Noite)

04. Dueto de Malandrino e Bonina
(da Mágica A Rainha da Noite)

05. Maxixe da Pataca
(da Mágica A Rainha da Noite)


CARLOS CAVALLIER DARBILLY (1846-1918)
libreto: Moreira Sampaio

06. Ária da Pandora
(da Mágica Pandora)


ELIAS ÁLVARES LOBO (1834-1901)
libreto: Antonio Aquiles de M. Varejão

07. Recitativo, Ária e Cabaletta de Angelina
(da Ópera A Louca)

08. “Sou fraco...”
(Ária de Silveira, da Ópera A Louca)


MANOEL BELARMINO DA COSTA
música e libreto

09. Ária de Luiza Clara
(da Mágica Luiza Clara)


ANTONIO CARLOS GOMES (1836-1896)
libreto: Antonio José Fernandes dos Reis

10. Recitativo e Ária de Leonor
(da Ópera a Noite no Castelo)


HENRIQUE ALVES DE MESQUITA (1838-1906)
libreto: França Júnior

11. Estrofes do Padre Fabrício
(da Mágica Trunfo às Avessas)


ARTHUR NAPOLEÃO (1843-1925)
libreto: Furtado Coelho e Joaquim Serra

12. Balada de Gretchen
(da Mágica O Remorso Vivo)


LEOPOLDO MIGUEZ (1850-1902)
libreto: Coelho Neto

13. “A vida a flamma derradeira exhala...”
(quinteto da Ópera Pelo Amor)


JOÃO OCTAVIANO GONÇALVES (1896-1962)
libreto: Roberto Gomes

14. “Cristiano!.. Edel!.. Eternamente!..”
(Cena e Dueto de Amor da Ópera Sonhos de uma Noite de Luar)


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A MÁGICA
Um gênero Musical esquecido



"A mágica é um gênero operístico brasileiro do século XIX que se achava esquecido pela literatura especializada em história da música brasileira, talvez por se configurar como um gênero mais popular.

Esse gênero derivado da ópera foi identificado no decorrer da pesquisa em andamento "O Real Theatro de São João e o Imperial Theatro de São Pedro de Alcântara", que venho desenvolvendo com apoio do CNPq e da FUJB, desde 1994, na UFRJ.

A referida pesquisa articula-se com o projeto denominado Registro Patrimonial de Manuscritos, também sob minha responsabilidade e em andamento, e que visa à organização, identificação, registro e copiagem por "scanner" do acervo de manuscritos musicais do Arquivo da Biblioteca Alberto Nepomuceno da Escola de Música da UFRJ. Cabe assinalar que esse acervo tem cerca de cento e cinqüenta anos e contém, aproximadamente, quatorze mil manuscritos musicais, o que ressalta seu valor histórico.

A pesquisa sobre os teatros S.João e S.Pedro tem envolvido consulta a documentos em diversos arquivos do Rio de Janeiro - Museu dos Teatros, Arquivo Nacional, Museu Histórico Nacional, Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro, Instituto Histórico e Geográfico, Biblioteca Nacional, além do Arquivo da Biblioteca da Escola de Música da UFRJ. Essa consulta a documentos, além da pesquisa bibliográfica, visa situar os dois teatros em uma rede ampla de informações, permitindo a construção de sua trajetória pela perspectiva da história social.

Assim, a partir do trabalho com os manuscritos musicais e com a pesquisa documental, sobretudo a desenvolvida em periódicos do século XIX, começou a se delinear o gênero mágica, para o qual não encontramos informação na literatura especializada, na área de história da música brasileira. A caracterização preliminar desse gênero constitui um dos objetivos atuais da pesquisa."
por: Vanda Lima Bellard Freire
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Download - parte 2 (link atualizado em 21/3/2012)
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sábado, 6 de setembro de 2008

Villa-Lobos - As Proles do Bebê

A Prole do Bebê (Obra Completa)

Primeira Série (1918)


01 I. A Boneca de Porcelana
02 II. A Boneca de Papel
03 III. A Boneca de Barro
04 IV. A Boneca de Borracha
05 V. A Boneca de Madeira
06 VI. A Boneca de Trapo
07 VII. Polichinelo
08 VIII. A Boneca-Feiticeira

Segunda Série (1921) (primeira gravação mundial)

09 I. O Besourinho de Papel
10 II. O Gatinho de Papelão
11 III. O Ratinho de Brinquedo
12 IV. O Cachorrinho de Borracha
13 V. O Cavalinho de Pau
14 VI. O Boizinho de Lata
15 VII. O Passarinho de Pano
16 VIII. O Ursinho de Algodão
17 IX. O Lobinho de Vidro

José Echániz, piano

Westminster
SLP-5575

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Obs.: optei por manter os nomes dos movimentos conforme impressos no LP. No mais, peço desculpas pela qualidade da gravação, o vinil estava bem machucado. Apesar disso, acho que a qualidade da interpretação e a importância histórica são bons motivos para disponibilizá-lo aqui.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Mestres do Barroco Mineiro - vol II (séc.XVIII)





ano: 1958

lançamento: 2/3/2005

gênero: Clássico

cód. do produto: 7897181228322

nº do catálogo: IG1011

gravadora: Selo Festa

formato: CD Simples



Faixas:


1 Antifona de Nossa Senhora (Salve Regina) - Lobo de Mesquita (4:36)

2 Credo - Ignacio Parreira Neves (14:02)

3 Maria Mater Gratiae (hino a 4) - Marcos Coelho Netto (4:07)

4 Novena de Nossa Senhora do Pilar - Francisco Gomes da Rocha (16:48)


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O período áureo da mineracao em Minas Gerais, que produziu monumentos arquitetônicos como as igrejas de envergadura de Aleijadinho, foi tambem de extraordinaria fertilidade musical, embora paradoxalmente obscuro. O eminente musicólogo Francisco Kurt Lange teve o mérito de reunir e preservar documentos de valor inestimavel, onde a musica religiosa de modelo europeu foi assimilada por músicos mineiros, na maioria mulatos. Esse disco (volume dois) foi gravado por Irineu Garcia em 1958 com participacao da Orquestra Sinfonica Brasileira e a Associacao do Canto Coral e interpretam obras da autoria de Jose Joaquim Emerico Lobo de Mesquita , Marcos Coelho Netto, Francisco da Rocha e Ignacio Parreira Neves.



Orquestra Sinfônica Brasileira



A Orquestra Sinfônica Brasileira foi criada em 11 de julho de 1940 pelas mãos de um grupo de músicos liderados pelo maestro José Siqueira. Seu primeiro diretor artístico foi o regente húngaro Eugen Szenkar. Em 1942 foi produzida a série "Concertos para a Juventude", idealizada pelo maestro Eleazar de Carvalho, que revelou muitos artistas nacionais. O maestro italiano Lamberto Baldi foi o orientador artístico da OSB nos anos 49, 50 e 51, tendo regido mais de 40 concertos proporcionando uma total renovação do repertório e dando enfoque a música do século 20. Aaron Copland regeu e gravou um LP com a OSB em junho de 1962. Em 1965, ano de seu Jubileu de Prata, a OSB transforma-se em Fundação. Em 1966, Eleazar de Carvalho é novamente maestro titular e diretor musical ao lado de Isaac Karabtchevsky, que começou como maestro assistente e tornou-se titular no ano seguinte. Kurt Masur dirige a OSB em 1970, 71, 74, 77 e 79. Em 1973 é criado o Projeto Aquarius, aproximando a música erudita das camadas populares . Após 26 anos a frente da orquestra mais tradicional do país, Isaac Karabtchevsky deixa suas funções de diretor artístico. Roberto Tibiriçá assume em 1995 e permanece até 1998. Em outubro de 1998, Yeruham Scharovsky é nomeado Diretor Artístico e Maestro Titular da OSB, implementando vários projetos como a Orquestra Jovem da OSB, Master Classes, Escola da OSB e NTB.



Selo Festa


O Selo Festa foi criado nos anos 60, por Irineu Garcia, com a finalidade de fazer com que "todos ouvissem o que poucos ouviam, e quase ninguém gostava de gravar". Anos depois da morte de seu idealizador, sua sobrinha, a artista plástica Gracita Garcia Bueno resgatou um acervo ímpar, que conta com pérolas como discos de poesia recitada pelos próprios poetas - algo inédito no Brasil.


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Orkut: Comunidade Música Brasileira de Concerto

Um espaço para todos os visitantes deste blog, onde poderemos trocar idéias para futuro do blog, discutir temas relativos à música brasileira e também nos conhecer.

Comunidade Música Brasileira de Concerto