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domingo, 7 de outubro de 2012

Ernst Widmer - Main Works


01 Caititi-Lua Nova (1978), para soprano, flauta, clarinete, bateria e quarteto de cordas

Sonja Stenhammar, soprano
Solisten des Collegiums Academicum Genf
Ernst Widmer, regente


02 Quinteto de sopros nº2, opus 63 (1969, rev. 1975)
I. Noturno
II. Dança-Tanz
III. Epilog-Epilog

Stalder-Quintet:

Ursula Burkhard, flauta
Peter Fuchs, oboé
Hans Rudolf Stalder, clarinete
Bernard Leguillon, trompa
Paul Meyer, fagote


03 Pulsars (1969), para conjunto de câmara

Musica-Nova Ensemble
Ernst Huber-Cantwig, regente


04 Sinfonia nº3, opus 145 (1984), para orquestra

Aargauer Sinfonieorchester
János Tamás, regente


05 Ceremony after a Fire Raid, opus 28 (1962, versão 1987), para coro a capella
Kammerchor Seminar Küsnacht
Karl Scheuber, regente

Grammont
1991

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sábado, 29 de setembro de 2012

Guerra-Peixe - Sinfonia Nº2, Tributo a Portinari (Orquestra Petrobras Sinfônica)


Sinfonia Nº2 "Brasília" (1960), para narrador, coro e orquestra
01 I. Allegro ma non troppo
02 II. Presto
03 III. Andante
04 IV. Allegretto con moto

Tributo a Portinari (1991), para orquestra
05 I. Família de emigrantes
06 II. Espantalho
07 III. Enterro na rede
08 IV. Buma-meu-boi

Inácio de Nonno, narração (faixas 1-4)
Corais Municipais de Petrópolis e da Universidade Católica de Petrópolis (faixas 1-4)
Isaac Karabtchevsky, regente (faixas 1-4)
Carlos Prazeres, regente (faixas 5-8)
Orquestra Petrobras Sinfônica

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Camará: Música Baiana?



  • Paulo Rios Filho
01 nav tirs nekadus hibridus n. 2

  • Jean Menezes
02 O Conforto (apesar do tombo)

  • Paulo Costa Lima
03 Ibejis Nº 2

  • Alexandre Espinheira
04 Oxowusí

  • Vinícius Amaro
05 Gigitanas N. 0,5 ou 1/2 (Frenesia)

  • Wellington Gomes
06 Modos Imagísticos

Camará – Conjunto de Câmara da UFBA:
Flávio Hamaoka, flauta
Gueber Santos, clarinete
Davysson Lima, saxofone alto e tenor
Vitor Rios, banjo e bandolim
Gilson Santana, violão
Humberto Monteiro, percussão
Samuel Dias, violino
Adalberto Vital Neto, violino
Suzana Kato, violoncelo
Fernanda Monteiro, violoncelo
Paulo Rios Filho, direção artística e regência



1. Paulo Rios Filho | nav tirs nekadus hibridus n. 2 (2011): “Nem puro, nem híbrido”. Esse é o significado do título da música, em letão. Trata-se da imaginação de um anti-mundo, onde as coisas não são coisas, e da percepção de uma viagem ou trajetória travada pelos, ao mesmo tempo, nativos e criadores desse mundo. De um lado, uma entidade musical familiar (uma escala dórica) segue um caminho de autotransformação, numa viagem alucinante em direção à sua própria figura deformada – quando deixa de parecer familiar. Do outro, uma entidade musical da natureza (a série harmônica) se artificializa à medida que se aproxima de um ponto no futuro (e vira uma escala de tons inteiros). Ambas as personagens viajam no mesmo sentido, o da transformação, e os seus percursos se misturam, se entrelaçam, se esfregam e friccionam; se acariciam. Ouça, pois esse outro mundo somente pode ser ouvido. As imagens ficam por conta de cada um.

2. Jean Menezes | O Conforto (apesar do tombo) (2011): Apesar dos momentos de tensão instrumental específicos e bem pontuados, esta peça procura criar texturas e evoluções harmônicas a partir de materiais bem simples e elementos métricos facilmente identificáveis (às vezes nem tanto assim, como é de se esperar). A familiaridade auditiva criada em momentos prolongados é diretamente proporcional à proximidade do passo em falso.

Vale a pena disfarçar o esforço concentrado em breves momentos para manter a consistência? Ou devemos chamar a atenção para o choque e ceder à gravidade? A zona de conforto mora mais perto de qual extremo?

3. Paulo Costa Lima | Ibejis Nº 2 (2011): a peça vai batizada pelo signo dos gêmeos africanos,
e assim como a peça de mesmo nome, escrita 50 obras atrás, realiza um exercício de complementaridade - texturas que vão sendo montadas a dois, jogos rítmicos, brincadeiras e desafios entre parceiros de caminhada...

4. Alexandre Espinheira | Oxowusí (2011): A peça Oxowusí é mais uma da série escrita por Espinheira que explora os ritmos populares da Bahia como forma de gerar material pré-compositivo para a obra. Nela um ritmo tocado para Oxóssi em algumas nações de candomblé dá origem aos conjuntos de classes de notas que controlam além das alturas da peça, uma série de outras decisões. Subliminarmente, um cântico do mesmo orixá regula o esquema de transposições, além de permear toda a obra. Essa peça foi oportunamente escrita como parte da tese A Teoria Pós-tonal Aplicada à Composição Musical: Um guia de sugestões compositivas. Em Oxowusí são exemplificados diversos procedimentos abordados pelo autor em seu trabalho de doutoramento a ser defendido em breve.

5. Vinícius Amaro | Gigitanas N. 0,5 ou ½ (Frenesia) (2011): Composta a partir de um pedido feito pelo bandolinista Vitor Rios e concebida como uma espécie de estudo, a Gigitanas No. 0,5 ou ½ (Frenesia), para bandolim solo, é costurada, em quase sua totalidade, por um esquema cromático de condução de vozes. Dividida em três pequenas partes com concepções sonoras um tanto distintas, e uma última que recapitula as ideias iniciais, a obra explora sonoridades idiomáticas e outras não tão típicas do instrumento, além de alguns sons produzidos pelo próprio instrumentista que podem ser fundidos na ideia instrumental. Sob uma construção métrica que tende a ser desconstruída em todos os momentos, a peça evoca um estado de ansiedade típico da personalidade de boa parte dos homens urbanos, e brinca com células rítmicas do arrocha baiano e com uma pequena ideia melódica da música "Time And Motion" da banda canadense de rock progressivo Rush.


6. Wellington Gomes | Modos Imagísticos (2011): Modos Imagísticos foi composta com base nos três modos de tranposição limitada (1º modo: tons inteiros; 2º modo: tom e semitom; 3º modo: um tom e dois semitons). Aliados a esses modos, uma sucessão de acordes que vai da tríade perfeita ao cluster, ou vice-versa, cria uma estrutura harmônica que se repete e ou se transforma à medida que a rítmica delineia a gestualização musical. A intenção em geral é criar um imaginário sonoro que se movimente com certa fluência numa pulsação constante.

sábado, 15 de setembro de 2012

Theodoro Nogueira - Seis Brasilianas para violão (por Geraldo Ribeiro)


01 Brasiliana nº1
02 Brasiliana nº2
03 Brasiliana nº3
04 Brasiliana nº4
05 Brasiliana nº5
06 Brasiliana nº6
07 Ponteio
08 Canto Caipira nº5

Geraldo Ribeiro, violão

Chanttecler
1966

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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Orquestra Sinfônica do TNCS/Madrigal de Brasília - Brasília Ano 35

 
 
  • Tom Jobim/Vinícius de Moraes

01-05 Sinfonia da Alvorada (1960), para coro e orquestra

  • Claudio Santoro

06 Canto de Amor e Paz, para orquestra de cordas

  • Renato Vasconcellos
07 Suíte Brasília (1981), para orquestra

Madrigal de Brasília (faixas 1-5)
Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro
Sérgio Kuhlmann, regente

1995

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terça-feira, 24 de julho de 2012

Guerra-Peixe: Obras para violino piano (Tokeshi; Borgoth)




Sonata n.2, para violino e piano (1978)
01. Allegro Comodo
02. Recitativo
03. Scherzoso

Música, para violino e piano (1944)
04. Largo
05. Allegro

Duas Peças (1947)
06. Andante
07. Allegretto moderato

Miniaturas n. 1  (1947)
Para Henrique Niremberg
08.  Moderato
09. Adagio
10. Allegretto

A Inúbia do Cabocolinho (1956)
Original para orquestra. Transcrição do autor de 1971
11. A Inúbia do Cabocolinho

Três Peças (1957) Para Perez Dworecki
Original para viola e piano. Adaptação do autor de 1967
 12. Allegretto Moderato (Galope)
13. Três Peças - Andantino (Reza-de-defunto)
14. Três Peças - Allegretto (Toque de Jeje)

Variações Opcionais (1977)
Original para violino e acordeão. Transcrição do autor
15. Variações opcionais

Quatro Coisas (1987)
Original para harmônica e piano. Transcrição do autor. 
16. Quatro Coisas - Prelúdio: Solene
17. Quatro Coisas - Movimentação: Allegro comodo
18. Quatro Coisas - Interlúdio: Andante
19. Quatro Coisas - Caboclo de Pena: Allegro Vivace

Sonata n.1 para violino e piano (1951)
Dedicado a Altéia Alimonda e Lydia Alimonda Haller
20. Alegro moderato
21. Andante con moto
22. Allegro

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(mp3 320 + encarte\booklet)

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Nota do autor sobre as Variações Opcionais


1. Esta obra é denominada "Variações opcionais" porque nem todos os trechos são exatamente variações, mas por vezes variedades.
Por outro lado, os intérpretes poderão eliminar as variações que quiserem; ou, ainda, repetirem as que preferirem (Partitura).


2. Obra especialmente composta para a II Bienal de Música Contemporânea, realizada na Sala Cecília Meireles, Rio de Janeiro. Gravação do autor e da acordionista Ed Lemos, em discos culturais da Sala Cecília Meireles. O Instituto Nacional de Música - FUNARTE, recebeu a solicitação para enviar cópias desta obra para a Austrália, Alemanha e Estados Unidos (Relação de obras para violino, 1991).

domingo, 22 de julho de 2012

Nelson Freire interpreta Villa-Lobos



Concerto nº1 para piano e orquestra
I. Allegro
II. Allegro poco scherzando
III. Andante & Cadenza
IV. Allegro non troppo

Nelson Freire, piano
Orchestre de la Suisse Romande
Uri Segal, regente

Gravação realizada em 1987, por ocasião do centenário de nascimento de Villa-Lobos. Essa versão apresenta cortes (e creio que é a única gravação com eles que conheço), conforme indicações feitas na partitura pelo compositor.

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Momoprecoce, fantasia para piano e orquestra
Nelson Freire, piano
Orquestra Sinfônica da Rádio de Berlim
Jiri Belohlavek, regente

Não tenho informações sobre a data desta gravação.

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sábado, 7 de julho de 2012

Guerra-Peixe: Sonatas para Violino e Piano


Sonata Nº 1, para violino e piano (1951), dedicada a Altéia Alimonda e Lydia Alimonda Haller
I. Andante con moto
II. Allegro moderato (Coco)
III. Allegro (Cabocolinhos)

Sonata Nº 2, para violino e piano (1978)
I. Allegro comodo
II. Recitativo
III. Scherzoso

Ludmila Vinecka, violino
Alda de Mattos, piano

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O período transcorrido entre a composição da Sonata nº1, para violino e piano (Recife, 1951) e a Sonata nº2 (Rio, 1978) compreende vinte e sete anos. Enquanto a primeira é muito contrapontada, a segunda assinala maior economia de meios, grande simplicidade e — por que não dizê-lo? — comunicabilidade irrecusável. Estas condições foram conseguidas não só em virtude de uma longa experiência técnica como, também, pela circunstância do autor haver absorvido, mais profundamente, as bases de material folclórico que pesquisou in loco nas suas andanças por Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais e outros Estados. Aliás, o compositor, que antes insistia no uso mais ou menos direto de constâncias folclóricas, verificou, a partir dos Cânticos serranos nº2 (1976), para canto e piano, que já deveria começar a superar o folclore, sem, contudo, abrir mão dos seus objetivos nacionalizantes e sem descambar para o cosmopolitismo ainda em voga. Mantém-se, portanto, na mesma posição de outrora, só que numa outra fase. Se nesta Sonata nº2 a forma parece clara e o conteúdo mais liberado, verdade é que inicia como se fosse mozartiana (…), para, gradativamente, manifestar uma expressão que é particular do autor.
            No primeiro movimento, Allegro comodo, ocorre uma exposição bitemática. Mas não há a parte central de ‘desenvolvimento’ de temas, e sim, uma representação (com outro clima) do primeiro tema, ao qual se segue uma coda.
            O segundo movimento, Recitativo, é um solo inteiramente sobre a quarta corda do violino, o executante podendo permanecer numa interpretação bem à vontade, como ocorre nesta gravação. Ao atingir o ponto culminante da melodia, o piano, com efeito do pedal, ataca rapidamente dois acordes que permanecem até o final do movimento, enquanto o violino completa a melodia.
            Uma série de seções caracteriza o Scherzoso, movimento final. Além de elementos do populário nordestino, há um momento em que o piano executa um toque de viola rasqueada à maneira paulista, com ritmo e harmonia típicos de São Paulo; não tanto de forma direta, mas sua essência, e seu ‘sotaque’, como diriam os músicos do povo. Termina a obra uma reprodução do primeiro motivo do movimento inicial, e que dá um caráter cíclico ao trabalho.
            Como foi dito antes, os Cânticos serranos nº2 abriram o caminho para esta fase, que prossegue em Drummondiana (voz e orquestra), Roda de amigos (orquestra de câmara), Prelúdios tropicais (piano), Lúdicas (violão) e Sumidouro (voz e trio tardicional, sobre poesia de Olga Savary).
            A gravação da Sonata nº2 feita por Jerzy Milewski e Aleida Schweitzer nesta gravação está ótima; sem dúvida, ideal.

Guerra-Peixe
Rio 1981

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Marlos Nobre - Selección sonora

 

Quarteto de cordas op.23, nº1
01 I. Variantes
02 II. Interlúdio
03 III. Postlúdio

04 Desafio VII para piano e orquestra de cordas op.31, nº7
Cadenza e Desafio

05 Yanomani para coro misto, tenor e violão, op.47

Sonante I para marimba solo, op.80
06 I. Intrata
07 II. Toccata

Três Canções Negras para soprano e octeto de cellos, op.88
08 I. Maracatu
09 II. Cantilena
10 III. Candomblé

11 Tango para piano, op.61
12 Frevo para piano, op.43

13 Passacaglia para orquestra, op.84

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sábado, 30 de junho de 2012

O piano de Camargo Guarnieri (Belkiss Carneiro de Mendonça) AGORA COMPLETO!



CD 1

01-10 Momentos
11-20 Improvisos
21-23 Sonata para piano

CD 2

01-10 Valsas
11-14 Suíte Mirim
15-17 As Três Graças
18-22 Cinco Peças Infantis

CD 3

01 Canção Sertaneja

Prelúdio e Fuga
02 I. Prelúdio
03 II. Fuga

04 Toada
05 Choro Torturado
06 O cavalinho da perna quebrada
07 Piratininga
08 Toccata
09 Toada Triste
10 Ficarás sozinha
11 Maria Lúcia
12 Dança Negra
13 Lundu
14 Interlúdio
15 Em memória de um amigo
16 Fraternidade
17 Saracoteio
18 Toada Sentimental
19 Improvisando

Belkiss Carneiro de Mendonça, piano

DOWNLOAD:
CDs 1 e 2
CD 3

Agradeço imensamente a oferta de Lucas Diaz, que me repassou o terceiro cd.

sábado, 9 de junho de 2012

Roberto Tibiriçá rege Bachianas 4


Heitor Villa-Lobos

Bachianas Brasileiras nº4, para orquestra
I. Prelúdio (Introdução)
II. Canto do sertão (Coral)
III. Cantiga (Ária)
IV. Miudinho (Dança)


Orquesta Sinfónica Simón Bolívar
Roberto Tibiriçá, regente

Gravado ao vivo durante o V Festival Villa-Lobos em 15/04/2012
Sala Simón Bolívar - Caracas, Venezuela

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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Camargo Guarnieri - 4 Choros e Abertura Festiva

01 Abertura Festiva (1971)

Choro para violino e orquestra (1951)
02 I. Andante
03 II. Calmo
04 III. Allegro ritmado

05 Choro para clarineta e orquestra (1956)
Lento e nostálgico - Moderato - Lento - Allegro

Choro para violoncelo e orquestra (1961)
06 I. Decidido e apaixonado
07 II. Calmo e triste
08 III. Com alegria

Choro para viola e orquestra (1975)
09 I. Enérgico
10 II. Tristemente
11 III. Bem ritmado

Elisa Fukuda, violino
Luís Afonso Montanha, clarineta
Antonio Del Claro, violoncelo
Ricardo Kubala, viola
Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP)
Carlos Moreno, regente


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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Villa-Lobos - Madona (1945), para orquestra

 
A presente gravação, raríssima, foi oferecida pelo compositor Harry Crowl (a quem muito agradeço), numa interpretação da Orquestra da Rádio Belga. Não sei quem é o regente. A gravação não está boa, mas dá claramente para notar que é uma obra muito interessante. Por isso resolvi postá-la aqui (esperando que algum regente passe por aqui e resolva tocá-la/gravá-la). Passo a passo caminhamos para conhecer a obra completa (não perdida) do Villa.

Madona (1945), para orquestra

Orquestra da Rádio Belga
Regente desconhecido

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domingo, 6 de maio de 2012

Villa-Lobos - O Cor de Jesu



José só tenho uma rápida pílula para presentar: uma peça coral do Villa de 42 segundos de duração. Mas é de uma beleza, uma delicadeza extraordinária. Aliás, o cd como um todo é muito bom, as cantoras cantam com uma voz natural como nunca havia visto em música clássica. Recomendo.

O Cor de Jesu (1952)


Trio in canticis:
Guya Valmaggi, Marina Valmaggi, Alice Tamburini


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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Luiz Cosme - Salamanca do Jarau (lenda-bailado)



Luiz Cosme nasceu na cidade Porto Alegre em 9 de março de 1908. A casa da família Cosme era o ponto de encontro da fatia gaúcha do movimento modernista, que incluía os escritores Augusto Meyer e Theodomiro Tostes e os compositores Armando Albuquerque e Radamés Gnattali. No período em que compôs o bailado "Salamanca do Jarau", Cosme dialogava tanto com os modernistas andradianos, quanto com Villa-Lobos, firmando-se em sua própria posição entre os dois polos. Relacionou-se também com o diametralmente oposto  Música Viva, de Koellruetter, embora nunca tenha integrado o grupo. Diria ele mesmo que foi o primeiro brasileiro a usar a técnica dos doze sons sem nenhuma sujeição escolástica, antes como meio expressivo e sem descaracterizar a atmosfera brasileira (vide Lambe-Lambe e Madrugada no Campo). O bailado que ora apresentamos foi estreado em 1935 pela a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a regência de Heitor Villa-Lobos, tendo sido bastante bem recebido pela crítica e pelos músicos. A partir do final da década de 1940, uma doença não identificada comprometeu seriamente sua mobilidade e interrompeu sua atividade como compositor. A partir daí, dedicou-se à produção de numerosos ensaios e livros sobre diversos temas ligados à música. Faleceu em casa no 17 de julho de 1965. 

A lenda-bailado Salamanca do Jarau tem sua construção baseada no conto homônimo de J. Simões Lopes Neto (aqui, p. 5 e seguintes). Todavia, excetuando-se a Introdução e o Desencantamento, a partitura refere-se apenas à sétima parte do conto, onde são narradas as sete provas por que Blau Nunes tem de passar dentro da furna a fim de desencantar o Santão e a princesa moura, transformada em Teiniaguá (lagartixa). A Introdução apresenta a ideia fixa da obra, a toada folclórica Boi Barrosoque Blau  canta enquanto procura o místico animal pelo Cerro do Jarau.  Outro tema que que permeia a  obra é remanescente da Oração à Teiniaguá (para violino e piano, de 1932, contida no disco A Música de Porto Alegre - Erudito I), que aqui aparece como Tema da Teiniaguá, além de outro oriundo da peça Sacy Pererê (presente no mesmo disco) que é utilizado em Tropa de Anões. São claros na composição ecos da Sagração da Primavera de Stravinsky, quem Cosme considerava "o maior compositor vivo" de sua época



I. Introdução - No Rastro do Boi Barroso (0:00 - 4:50)
II. Assombração (4:50 - 7:57)
III. Jaguares e Pumas (7:57 - 9:07)
IV. Dança dos Esqueletos (9:07 - 10:58)
V. Línguas de Fogo (9:07 - 12:32)
VI. A Boicininga (12:32 - 14:42)
VII. Ronda de Moças (14:42 - 17:46)
VIII. Tropa de Anões (17:47 - 19:25)
IX. Desencantamento (19:25 - 23:42)



Orquestra Nacional da Rádio MEC
Mario Tavares, regente
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OBS.: Devo meus agradecimentos ao anônimo que disponibilizou essa gravação raríssima por aí. Caso contrário, o único registro que teríamos seria este, precariamente gravado por mim no ano passado com a OSPA, sob a direção de Ligia Amadio.


Para ir mais além:
- MATTOS, Fernando Lewis de. A Salamanca do Jarau de Luiz Cosme: análise musical e história da recepção crítica. Dissertação (Mestrado), PPGM, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1997.
- MATTOS, Fernando Lewis de. Estética e Música na obra de Luiz Cosme. Tese (Doutorado), PPGM, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005.
- LOPES NETO, João Simões. Lendas do Sul. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2002 (está em domínio público: http://pelotas.ufpel.edu.br/ebooks/lendasdosul.pdf)
- PAULA, Elisângela Aparecida Zoborosi de. As Origens da Lenda "A Salamanca do Jarau" de Simões Lopes Neto. Revista Virtual de Letras, v. 2, n. 2, 2010.
- COSME, Luiz. Introdução à Música. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1954.
- COSME, Luiz. Música, sempre música. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1959.


Abaixo um ensaio do próprio Cosme, publicado no livro Música, Sempre Música, de 1959, em que ele contrasta o conto de Simões Lopes Neto, base de seu bailado, com uma descrição da peça do compositor e crítico gaúcho Paulo Guedes:
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         Às vezes, afigura-se-nos leviano o juízo de atribuírem a nós o título de anti-foiclorista ou dizerem que detestamos o folclore. Cremos que este equívoco nasceu de uma monografia de Vasco Mariz: Figuras da Música Brasileira Contemporânea, num tre­cho em que o autor, escrevendo a nosso respeito, diz o seguinte: “Assim como Duparc, o músico gaúcho destrói, sem piedade, as composições que não lhe agradam in totum. Detesta o folclorismo direto, preferindo criar ambientes populares a harmonizar temas alheios”. 
         Eis o que se pode chamar de verdadeiro engano, porque, a nosso ver, o autor, ao referir-se a folclorismo direto — no trecho acima citado — quis evidenciar que o uso do material folclórico não é limitado à introdução esporádica ou à imitação de velhas melodias e mesmo ao seu uso temático arbitrário em obras de tendências internacionais. 
          [...]
         Pelo exposto, verifica-se que eu não detesto o folclore, acho simplesmente que o seu uso não deve ficar limitado a um simples aproveitamento de ritmos e cadência, e, sim, de uma elaboração musical desses elementos populares. Seria mesmo absurdo se tal não fosse o meu pensamento, pois basta recordar a formação popular na Ars Nova italiana e francesa do século XIV, e ainda a influência popular na ópera italiana.
(COSME, Luiz. Introdução à Música. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1954. pgs. 63 e 75)


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Villa-Lobos: Piano Music (Cristina Ortiz, piano)


 

 01-04 Bachianas Brasileiras nº4
05-11 Seleção do "Guia Prático"
12 Poema Singelo
13 Caixinha de música quebrada
14 Saudades das selvas brasileiras nº2
15-17 As três Marias
18 Valsa da dor
19 Cirandas - nº14. A canoa virou
20 Cirandas - nº4. O cravo brigou com a rosa
21-24 Ciclo brasileiro

Cristina Ortiz, piano

London
1987

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terça-feira, 3 de abril de 2012

Camargo Guarnieri - Sonatas para Violino 2, 3 e 7; Canção Sertaneja


Violin Sonata No. 2
1 - Sem pressa em bem ritmado
2 - Profundamente terno
3 - Impetuoso

Violin Sonata No. 3
4 - Moderato expressivo
5 - Terno
6 - Decidido

Violin Sonata No. 7
7 - Enérgico
8 - Magoado
9 - Com alegria

10 - Canção Sertaneja: Dolentemente

Lavard Skou Larsen, violino
Alexander Müllenbach, piano


Falar de Guarnieri, ainda mais aqui, e ainda mais eu, é chover no molhado. Me limito à reprodução do texto do encarte, que, sinceramente, está recheado de comentários por vezes bastante óbvios ou esquisitos, só vale a pena por uma ou outra ideia ou informação... Aos interessados pelo aspecto técnico violinístico nestas sonatas, há esse ótimo artigo de André Cavazotti, que analisa as técnicas utilizadas e compara as 6 sonatas de Guarnieri (que começam a contar da 2ª) e revela que apesar de quase todo o vocabulário violinístico utilizado nas sonatas de Camargo Guarnieri pertencer ao idioma virtuosístico do século XIX, a proeminência do intervalo de quarta e o uso de uníssonos, segundas, quartas e quintas em cordas duplas em passagens acentuadamente rítmicas assemelha-se ao idioma violinístico de dois compositores nacionalistas, Bartók e Kodály. Atenção também à fantástica Canção Sertaneja, muito singela e inspirada. Uma ótima audição!


Em "Sonata par Violino nº 2", 1993 o piano abre o primeiro movimento, marcando "Sem Pressa e Bem Ritmado" com temas replicados pelo violino. É uma música com alto grau de tensao, atenuada pela melancolia quando o violino trata o tema principal com extremo sentimento, até o término da música. A abertura do segundo movimento, marcada por "Profundamente terno", é gentil e pungente até que o piano introduz uma passagem mais forte, à qual o violino replica, agora de maneira a evidenciar o estilo brasileiro - uma influência de "Saudades", tributo de Milhaud ao Brasil, prasenteiro mais também saudoso. O terceiro e último movimento corajosamente quebra o clima. "Impetuso" utiliza integralmente o tema de abertura da sonata e as passagens correspondentes, num movimento que desliza entre a tristeza, a energia e o drama, evolando-se em melodia suave, para depois retornar à impetuosidade do início, com um violino que repetidamente lembra a voz humana, até que outros violinos levam à conclusão da peça.
A "Sonata nº3" também é aberta pelo piano, em cadência marcial que logo é compartilhada pelo violino, definindo o estilo italiano de "Moderato Expressivo": o fluxo da música é bruscamente interrompido pelo piano, seguido por passagens de violino solo novamente imerso em melancolia, enquanto se desenrola um duelo entre os dois instrumentos. Como na Sonata nº 2, o violino assume um papel retórico, quase que vocal e uma passagem frenética conclui o movimento. No segundo movimento, "Terno", traz uma abertura delicada, cuja sensibilidade vai se exacerbando até chegar a um clímax agitado, seguido por uma maior tranquilidade à medida em que o movimento chega ao final. O formato do terceiro movimento permite que em seu início haja um contraponto finamente delineado entre os dois instrumentos, o que a princípio se traduz em harmonia predominantemente linear, com clara influência de ritmos e contornos melódicos brasileiros, que culminam num instigante final.
Diz-se que Guarnieri perdeu sua primeira sonata para violino num taxi e que nunca a reescreveu; assim, sua sexta sonata é chamada "Sonata para Violino nº 7". Composta entre 1977 e 1978 e nunca publicada, inicia-se com violino e piano juntos, no primeiro movimento. Novamente observa-se a abordagem distintamente retórica na partitura, em especial para o violino, com os dois instrumentos frequentemente em execuções antífonas, por vezes travando diálogos ríspidos. O segundo movimento, "Magoado", mescla tristeza e amargura: o piano introduz as primeiras notas, compartilhadas pela pungente melodia do violino, resultando numa música em que a livre harmonia, aliada a um sentimento intenso, é aprimorada até o portamento final do violino. "Alegria" tem mais a ver com a velocidade que com alegria propriamente dita. A música varia da percussão áspera até o intenso, com contrapontos de Hindemith e, pelo menos em sua abertura, conta com a influência do onipresente violino, pontuado por intervenções sincopadas do piano. O charme de "Canção Sertaneja" reside na eventual austeridade e na exagerada melancolia que permeiam as 3 sonatas; Guarnieri trata a música sertaneja com muito carinho e indulgência.


sexta-feira, 30 de março de 2012

Gilberto Mendes - Piano solo e Rismky

 

 1-16 Dezesseis peças para piano (1949-59)

17-19 Für Annette (1993), para piano

20 Pour Eliane (1995), para piano

21-25 Cinco prelúdios (145-1953), para piano

26 Rimsky (2000), para quarteto de cordas e piano

Quarteto de Cordas da cidade de São Paulo:
Betina Stegmann, 1º violino
Nelson Rios, 2º violino
Marcelo Jaffé, viola
Robert Suetholz, violoncelo

Terão Chebl, piano
Lídia Bazarian, piano (faixa 26)

LAMI/USP

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sexta-feira, 23 de março de 2012

Duos e Trios Contemporâneos

 

  • Roberto Victório

Vattanan, para violoncelo e percussão
01 I. Invocação
02 II. Átrio
03 III. Cântico de araés
04 IV. Liturgia dos ciclos

  • Silvio Ferraz
05 Ao encalço do boi, para clarinete baixo e percussão

  • Eduardo Guimarães Álvares
06 Noturno, para clarinete baixo e percussão

  • Marcos Branda Lacerda
07 Passagens, para clarinete baixo e vibrafone

  • Eduardo Seincman
08 O Pássaro Da Chuva, para clarinete baixo e percussão

  • Fernando Iazzetta
09 Risco, para violoncelo, clarinete baixo e vibrafone

  • Edson Zampronha
10 Modelagem XIII, para piano e percussão

  • Luiz Carlos Csekö
11 Canções dos dias vãos 5, para clarinete baixo amplificado e percussão


Luís Eugênio Montanha, clarinete baixo
Carlos Tarcha, percussão
Eduardo Gianesella, percussão (faixas 1, 9 e 10)
Dimos Goudaroulis, violoncelo
Lídia Bazarian, piano

LAMI/USP

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quinta-feira, 8 de março de 2012

Fernando Mattos - Obras Selecionadas

Os nossos ouvintes mais assíduos já tiveram a oportunidade de ter um primeiro contato com a música do Fernando Mattos através deste brilhante CD da Luciane Cardassi. Fernando, natural de Porto Alegre, é compositor, instrumentista, arranjador, musicólogo, professor na UFRGS, e teria se saído um bom etimólogo também: basta assistir uma aula dele para perceber sua enorme paixão pelas palavras e suas histórias. Hoje, concentra-se especialmente em composições tonais e modais, apesar de já ter excursionado pelos campos da música atonal, serial e eletroacústica. A seleção que aqui apresentamos foi gentilmente indicada pelo próprio compositor. Inicia-se com três arranjos, um deles de uma obra de Luiz Cosme, a Oração à Teiniaguá já postada aqui em sua versão original para violino e piano. As Parcas está originalmente no CD "I" do violonista Paulo Inda e as canções trovadorescas em verdade não formam um ciclo, são peças autônomas, as três compostas especialmente para o Conjunto de Câmara de Porto Alegre, grupo do qual Fernando participou ativamente. As gravações ainda incluem um fantástico Concerto Tríplice, para três violões e orquestra, um duo para violão e violoncelo, uma toccata para violão solo, certamente sob a influência daquela em Ré Menor de Prokofiev, para piano, e uma encantadora coletânea de "melodias folclóricas brasileiras de temática animal", para flauta-doce e viola. Vale a pena conferir também o completo canal no youtube e uma entrevista concedida à Rádio da Universidade, disponível aqui. No final do post, há informações complementares sobre as obras. Uma excelente audição!





1 - Oração à Teiniaguá (Luiz Cosme/arr. Fernando Mattos)

Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro
Lutero Rodrigues, regente

2 - Choro Torto (Carlos Branco e James Liberato, 1983, adaptação para instrumentos antigos de Fernando Mattos)
Conjunto de Câmara de Porto Alegre

3 - João e Maria (Sivuca & C. Buarque/arr. Fernando Mattos)
Grupo Vocal D'quina pra Lua

4 - As Parcas, canção noturna para violino, violão e violoncelo
Cármelo de los Santos, violino
Paulo Inda, violão
Rodrigo Silveira, cello

5 - Ao Conjunto de Câmara de Porto Alegre (texto de Raul Abott Barbosa, 1997)
6 - O filho doutro no colo (texto de Estêvão da Guarda, 1347)
7 - Dized', amigu', en que vos mereci (texto de D. João Peres de Aboim, trovador de D. Afonso III, 1210-1279)

Conjunto de Câmara de Porto Alegre
Janaína Condessa, instrumentos de sopro - flauta doce
Flávia Domingues Alves, alaúde
Marlene Hofmann Goidanich, voz - percussão
Marina Kleine, rabeca medieval
Christian Benvenuti - dulcimer

Concerto Tríplice
8 - A'wa-sa'i
9 - Y-îara
10 - Mbaeta'ta

Daniel Wolff, violão
Paulo Inda, violão
Thiago Colombo, violão

Orquestra de Câmara da Ulbra
Tiago Flores, maestro

Cordas I
11 - Cordel
12 - Corda d'água
13 - Corda de dança
Rodrigo Silveira, cello
Paulo Inda, violão

14 - Toccata II
Eduardo Castañera, violão

15 - Un'altra ciaccona
Orquestra de Câmara da Ulbra
Tiago Flores, maestro

Primeiro Bestiário Brasileiro
16 - Entrada (Opening)
17 - Galinhame no Quintal (Backyard Chickens) -- melodias folclóricas (folk melodies): Canto Antigo e Olê, Roseira!
18 - O Pastoreio (Pastoring) -- melodias folclóricas (folk melodies): Curral do Boi Canário, Ai, Meu Boi!, Sou eu Quem Amansa o Touro e Levanta-te, Boi!
19 - Olhe a onça! (Care of the Jaguar!) -- melodia folclórica (folk melody): A Onça e os Padres
20 - Cavalhada (The Riding) -- melodias folclóricas (folk melodies): Correnteza e Toada mineira
21 - Passaredo (The Birds) -- melodia folclórica (folk melody): Guriatã
22 - A Festa do Boi (Cow Festival)-- melodias folclóricas (folk melodies): retiradas de dois Bumba-Meu-Boi
23 - Lendas do Mar (Sea Legends) -- melodia folclórica (folk melody): Reisado da Sereia
24 - Baile Noturnal (Night Dancing) -- melodias folclóricas (folk melodies): Meu Guriabá e Pulga Maldita!
25 - Despedida (Finale) -- melodia folclórica (folk melody): Incelência da Despedida

Renata Duarte, flauta-doce
Luciano Gatelli, viola




As Parcas (Canção Noturna)
As Parcas são as três irmãs fiandeiras que determinam o destino humano por meio de um fio que a primeira tece, a segunda desdobra e a terceira corta. Em "As Parcas", a linha da vida aparece como uma melodia que desliza de um registro a outro, enquanto o destino progride através da sucessões de elementos rítmicos e harmônicos até que o fio virtual seja interrompido conforme o desejo das fiandeiras.

Canções Trovadorescas
Estas peças foram escritas como se escrevia na Idade Média, a melodia da voz está totalmente delineada e a parte dos instrumentos são só sugeridas, para que os músicos improvisem. Portanto, podem ser feitas de várias formas e instrumentações diferentes.

Concerto Tríplice
O Concerto Tríplice para 3 Violões e Orquestra foi escrito por Fernando Mattos em 2009. A gravação aqui apresentada é uma apresentação ao vivo da Orquestra de Câmara da ULBRA. O regente é Tiago Flores e os solistas são Daniel Wolff, Paulo Inda e Thiago Colombo. A'wa-sa'i, título do primeiro movimento, é um deus indígena brasileiro que encanta as pessoas e as faz comer e beber muito. Por ser um deus da embriaguez, A'wa-sa'i é um tipo de Dionisio da mitologia indígena do Brasil. Y-îara é uma bela deusa que vive nos rios. Quando a vêem se banhando à margem de um rio, os homens apaixonam-se por ela e se atiram nas águas em busca de seu amor, porém são levados ao fundo, onde são afogados. Y-îara é uma espécie de sereia da mitologia indígena brasileira. Na mitologia indígena brasileira, Mbaeta'ta é uma cobra de fogo que protege as florestas, as plantas e os animais de ações humanas ou das intervenções divinas, como raios e tempestades.

Un'altra Ciaccona
A peça Un’Altra Ciaccona (a Krzysztof Wiernicki) foi escrita para a Orquestra de Câmara da ULBRA, especialmente para a abertura do Festival Contemporâneo-RS de 2007. A música foi concebida como uma continuidade de outra peça para orquestra de cordas, Quasi una Ciaccona, na qual a música termina no momento em que iria ter início um movimento de chacona.
A chacona é um gênero de dança, em compasso ternário e andamento lento, que os colonizadores espanhóis escutaram no Novo Mundo (presumivelmente, entre os Astecas) e levaram à Europa, onde foi cultivada pelos músicos do Período Barroco. Apreciadas pelos italianos, alemães e ingleses da primeira metade do século XVIII, as chaconas de Vivaldi, Bach e Haendel tornaram-se conhecidas nos cinco continentes.
Un’Altra Ciaccona começa com uma linha de baixo dodecafônica, com o ritmo característico de chacona. Esse tema é inicialmente apresentado pelo violoncelo solo, sendo que os outros instrumentos entram aos poucos, até completar efetivo orquestral. Todas as seções estão organizadas como variações sobre este baixo inicial, como é típico na chacona e na passacalha. A sonoridade da orquestra é elaborada em vários níveis, desde a divisão tradicional em naipes e o uso de partes individuais, até uma seção em que cada instrumento é tratado como solista.
A música ainda contém alusões a diferentes estilos, tais como a música barroca, a música popular e a música minimalista. Próximo ao final da peça, há referência a uma melodia cigana, como uma música distante apresentada como homenagem a Krzysztof Wiernicki (pesquisador da música e costumes do Leste europeu, com atenção especial às manifestações da cultura cigana), a quem a peça é dedicada.

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