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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Grupo Música Nova da UFRJ


Carlos César Belém
1 Deutsches Vatapá (1997), para violino, clarineta, violoncelo, trombone, contrabaixo, piano

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1965, graduou-se em Composição na UFRJ. Conquistou o 2º Prêmio no Concurso Nacional de Composição da Rio-Arte (1995) com a obra Rio em Pauta, para canto e violão. Atualmente é Coordenador de Pesquisa e Recursos Humanos da Escola de Música Villa-Lobos.
Deutches Vatapá é uma obra que procura explorar a multiplicidade e simultaneidade de planos e texturas sonoras, misturando alguns elementos comuns à vanguarda da década de 70, como passagens seriais ou aleatórias, a outros mais característicos da cultura brasileira, com referências, ainda que inconscientes, à "world music" de Arrigo Barnabé e Chicho Science. Da utilização de efeitos timbrísticos surge uma palheta de cores instrumentais variadas, que torna marca distintiva de várias células tratadas de forma repetitiva.

Marcus Ferrer
2 Folhagem (1995), para flauta, clarineta, fagote, trombone, contrabaixo

Nascido no Rio de Janeiro, em 1963, formou-se em Composição pela Escola de Música da UFRJ, onde realizou o Mestrado sob orientação de Marisa Rezende. Participou do Grupo Música Nova, como bolsista do CNPq. Desde 1980 tem integrado conjuntos instrumentais diversos, dentre eles os premiados "Orquestra de Cordas Brasileiras" e "Nó em Pingo D'Água".
Folhagem consta de três seções principais, que apresentam ainda seccionamentos internos, a partir de jogos texturais e tímbricos claramente enunciados. As seções extremas propõem células pontilistas em poliritmia, feitas pela flauta, clarineta e fagote, em oposição à linha em uníssono do trombone e contrabaixo, formando camadas sonoras. A seção intermediária explora solos dos vários instrumentos, e ao final uma intervenção sincrônica resgata a uniformidade de articulação, antes usada como pontuação no discurso musical.

Caio Senna
3 Quinteto (1997), para violino, clarineta, trombone, violoncelo, contrabaixo

Nascido em São Paulo, em 1958, realizou o Mestrado sob a orientação de Marisa Rezende na UFRJ. Tem participado regularmente de eventos de música contemporânea, e atualmente é professor de Harmonia da Universidade do Rio de Janeiro.
Quinteto é estruturada em três seções, e sobrepõe, em sua parte inicial, uma textura uniformemente articulada, realizada pelo violino, clarineta e trombone, à uma base extremamente sincopada do violoncelo e contrabaixo. Este material toma um feitio obviamente popular, na seção central da peça, onde o solo de trombone sugere um samba-choro. O motivo melódico deste solo é o ponto de partida para uma progressiva distorção que faz retornar a textura inicial.


Pauxy Gentil-Nunes
4 Músicas (1995), para flauta, clarineta, fagote, trombone, contrabaixo, piano

Nascido no Rio de Janeiro, em 1963, é flautista e Mestre em Composição pela UFRJ, onde atualmente leciona Harmonia, Análise e Composição. Iniciando sua carreira na música popular instrumental, hoje dedica-se à produção e divulgação da música brasileira de concerto. Participa regularmente de eventos de música contemporânea, sendo flautista da Camerata Contemporânea.
Músicas integra, juntamente com as obras Quarteto Cinético e Trio Náutico, um tríptico que tem como característica a conjunção de elementos discursivos tradicionais com procedimentos técnicos mais recentes de estruturação formal, conjugação que talvez possa ser chamada de pós-moderna. Estes procedimentos visam aproximar o discurso organizado de situações de liberdade expressiva máxima. "Há uma certa inflexão de ritmos e harmonias que gosto de chamar de cariocas", informa o compositor, referindo-se à seção central de sua obra, que, como o título sugere, aglutina diversos estilos e técnicas.


Alexandre Schubert
5 Em Si (1994), para flauta, clarineta, piano, trombone contrabaixo
I. Busca
II. Intermezzo / Ausência

Nascido em Manhumirim (MG) em 1970, atualmente cursa o Mestrado na UFRJ, sob orientação da Profª Marisa Rezende. Atuou no Grupo Música Nova como violinista e tem participado dos principais eventos de música contemporânea brasileira. É violinista da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal (RJ).
Em Si divide-se em três movimentos: Busca, Intermezzo e Ausência. Estruturalmente, constrói-se a partir de contrastes: a transparência de um uníssono (nota si) contrapõe-se à densidade de linhas superpostas em segundas ou clusters, momentos estáticos ritmicamente alternam-se a fragmentos polirrítmicos, assim como soli a MB. A dinâmica também se apresenta neste jogo de oposições, propondo mudanças bruscas. Estes jogos texturais concentram a expressividade sugerida pelos títulos dos movimentos.

Roberto Victório
Quatro Microcânticos (1995), para flauta, clarineta, fagote, trombone, contrabaixo, piano
6 I. Movido
7 II. Lento
8 III. Surgindo
9 IV. Intenso

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1959, tendo concluído o Mestrado em Composição em 1991 pela UFRJ. Como compositor possui mais de cem obras, muito executadas no Brasil e exterior. Ganhou vários prémios destacando-se o 1- Prémio no Concurso Latino Americano de Composição para a Orquestra de Montevideu (1985), Menção Honrosa no Concurso Internacional de Composição do Festival de Budapeste (1989) e 2- Prémio no Concurso "500 Anos das Américas" da Escola de Música da UFRJ (1992).
Quatro Microcânticos: Movido, Lento, Surgindo e Intenso, são movimentos estruturados a partir de conjuntos de células melódicas, harmónicas e rítmicas, articuladas num trabalho de colagem. Os movimentos retém traços de uma construção discursiva, enquanto o Lento privilegia pequenos solos da flauta. O terceiro movimento, Surgindo, explora a indefinição do plano temporal, uma vez que não é escrito a partir da notação rítmica tradicional, deixando ao regente e aos intérpretes a possibilidade de interpretá-los. O timbre, quer dos instrumentos isolados ou em suas combinações, realça verdadeiramente o potencial de cores individuais e do conjunto.

Alfredo Barros
10 Rhythmus (1996), para flauta, clarineta, fagote, violoncelo, contrabaixo

Nascido em Teresina (PI) em 1966, concluiu o mestrado da Escola de Música da UFRJ em 1996, sob a orientação de Marisa Rezende. Participa regularmente de eventos de música contemporânea, tendo obras premiadas em concursos de composição, como Peça nº 1 para piano (primeiro lugar na XIX Apresentação de Compositores da Bahia), Opus 7 (Segundo lugar na XX Apresentação de Compositores da Bahia), A mestra (Primeiro lugar no II Congresso Nacional de Composição Psychopharmacon), entre outros.
Rhythmus como seu título sugere, explora diversas situações da relação entre pulso e articulações rítmicas. No início, em andamento vivo, um ostinato em fusas nas cordas, fornece a base para a articulação de células formadas por notas repetidas, em quiálteras, pelas madeiras, contrastando com a uniformidade das colcheias na seção central, mais calma. Andamentos alternam-se com deslocamentos de acentos, gerando zonas de instabilidade para o pulso. A dualidade de ataques staccato e legato assume função estrutural, que a grosso modo apresenta a forma de um mosaico: pequenas seções alternam-se e sobrepõem-se, num jogo de reiterações literais e variadas.

Marcos Nogueira
11 A jornada e o Sonho (1997), para violino, violoncelo, clarineta, piano, trombone, contrabaixo

Nascido no Rio de Janeiro em 1962, graduou-se em Composição na UFRJ, vindo posteriormente a concluir o Mestrado. Fez parte do Grupo Música Nova da UFRJ, como bolsista do CNPq. Desde 1996 vem se aprofundando no tema utilizado em sua Tese: "Música e Ficção: introdução a uma estética da recepção", cujos resultados têm sido apresentado em seminários e congressos. É diretor da Escola de Música Villa-Lobos.
A Jornada e o Sonho, metáfora proposta por Parmênides e revivida por Platão, enquanto rota circular através da qual desenrola-se, na mente, o processo cognitivo, revela-se, por exemplo, quando o intérprete da poesia menos rege do que se deixa conduzir pela trilha do som e fala. O sonho é a situação psicológica na qual se acham mergulhados poeta e audiência, segundo outra metáfora platônica. E, uma vez que o sonho é algo que nos tem e não o contrário, todo um contexto de "significação" está neles ausente, como se a cada nova oportunidade de apreensão, nos fugisse o sentido. As duas metáforas dão impulso à criação formal da peça; nada mais nela busca remeter-nos ao viés da representação em música, assim procurando, de alguma forma, pôr em questão o papel da discursividade na leitura-escuta musical.

Marisa Rezende
12 Ginga (1994), para flauta, clarineta, fagote, violoncelo, trombone, contrabaixo, piano

Nascida no Rio de Janeiro, em 1944, concluiu o Mestrado e o Doutorado na Universidade da Califórnia (EUA) em 1976 e 1985 respectivamente. Em 1987 tornou-se Professora Titular de Composição da Escola de Música da UFRJ, onde também coordena as atividades do Grupo Música Nova. Em 1992, como pós-doutorado, desenvolveu pesquisa sobre o ensino da Composição na Universidade de Keele (Inglaterra). Em 1983 conquistou o prémio UCSB Music Affiliates pela composição do "Sexteto em Seis Tempos". Tem participado de festivais nacionais e internacionais de música contemporânea (México, Inglaterra, Estados Unidos).
Ginga explora células de algumas danças africanas e brasileira (ogogo, agbadza, samba), tratadas repetitivamente. Sua estrutura alterna seções rítmicas relativamente estáticas, com passagens baseadas numa melodia simples, construída a partir de uma escala de seis sons. Existe uma intenção humorística em disfarçar esta melodia, durante os processos de variação aos quais ela é exposta, reservando para o final sua mais óbvia e apoteótica aparição.



Grupo Música Nova da UFRJ
Regente: Flávia Vieira
flauta: Sammy Fuks
clarineta: Cristiano Alves
clarineta: André Luiz Góes
fagote: Juliano Barbosa
trombone: João Luiz Areias
violoncelo: Saulo Moura
contrabaixo: Alexandre Brasil
violino: Antonella Pareschi
violino (participação especial): Ludmila Plitek
piano: Marisa Rezende

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Um comentário:

O ORÁCULO disse...

WmB, vc está impossível hein!! rsrsrs

Que grandes contribuições!!

abraços!

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